O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que abre inscrições no próximo dia 9, propõe-se a avaliar os estudantes de forma interdisciplinar. Na prova de redação não é diferente. Para desenvolvê-la com sucesso, os candidatos precisam estar conscientes de que não basta saber a estrutura do texto dissertativo-argumentativo, é preciso turbinar o processo de argumentação para se sair bem.
Professora de redação do Unificado, Luísa Canella ressalta que, como o Enem aborda temas sociais e pede solução para problemas relacionados ao assunto, corre-se o risco de cair na superficialidade se não houver preparação. A dica é ler sobre tudo e se informar sobre programas sociais, direitos humanos e leis básicas.
– Entre os erros mais comuns nas provas de redação do Enem estão a superficialidade na hora de propor uma solução e a simples reprodução do que está enunciado. Por exemplo, escrever "é preciso mais fiscalização" ou "precisamos de leis mais rígidas" não demonstra conhecimento da questão nem argumentação – diz Luísa.
Nessa preparação, a professora sugere que o estudante aposte na produção de textos mesmo sem saber o tema. Isso, segundo ela, ajuda a organizar as ideias e a ganhar ritmo na estruturação da redação, o que é importante diante do tempo limitado da prova.
Cristiani Basso Fernandes, professora de língua portuguesa do Colégio Rosário e de redação do La Salle São João, ambos em Porto Alegre, reforça que a leitura de jornais e revistas é essencial e esse hábito deve primar pela variedade de fontes, para que se conheça argumentos distintos sobre um mesmo tema:
– Às vezes, o aluno pensa, diante do tema social, que ele precisa se posicionar contra ou a favor. E não é essa a ideia. O Enem quer é a discussão. A redação não analisa só a escrita, mas a capacidade do candidato de colocar ali os seus conhecimentos. Precisa leitura.