<spanmercury text="" g1';"="">Depois de sete anos enfrentando as limitações impostas pela esclerose lateral amiotrófica (ELA), dom Irineu - nome adotado pelo padre Marcelo Rezende Guimarães após o ingresso na vida monástica - morreu em 10 de outubro, aos 56 anos, na França. Desde 2009, o religioso, natural de Rio Pardo, vivia na Abadia Notre Dame, de Tournay.
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<spanmercury text="" g1';"="">Dom Irineu dedicou a vida à construção de uma cultura de paz. Ordenado padre na sua cidade natal em 1985, foi chamado para atuar em Santa Cruz do Sul, onde foi vigário da catedral e coordenador diocesano de pastoral. A paixão pelo pacifismo e a convicção de que sua realização exige ações concretas levaram dom Irineu a liderar diversas iniciativas de conscientização ao longo da vida.
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<spanmercury text="" g1';"="">Em Santa Cruz do Sul, na década de 1990, fundou e coordenou a rede Em Busca da Paz, reunindo jovens de comunidades católicas da região em torno da causa pacifista, e liderou o Movimento de Direitos Humanos da cidade. Depois de mudar-se para Porto Alegre, no início dos anos 2000, passou a organizar movimentos como o Comitê Gaúcho Pelo Desarmamento, o Programa de Prevenção à Violência no Meio Escolar, a ONG Educadores Para a Paz e a Campanha Brasileira pelo Banimento de Minas Terrestres.
<spanmercury text="" g1';"="">Ainda em dedicação à causa, dom Irineu abriu uma nova perspectiva no campo acadêmico. Ingressou no mestrado em Educação da UFRGS e, diante da profundidade de sua pesquisa, passou direto ao doutorado, defendendo, em 2003, a primeira tese do país sobre educação para a paz. Lecionou e escreveu livros e dezenas de artigos nos quais aborda questões como não violência, resolução de conflitos e desarmamento. Ele tinha graduação em Teologia e em Filosofia.
Apesar da doença, não parou de escrever
<spanmercury text="" g1';"="">Dom Irineu começou a notar os primeiros sintomas da doença em 2008, quando morava em Goiás, no Mosteiro da Anunciação do Senhor, mas o diagnóstico só foi confirmado em 2010. A ELA é um mal sem cura, provocada pela degeneração progressiva de neurônios e células nervosas, que aos poucos vai retirando os movimentos do paciente, uma vez que os músculos atrofiam.
<spanmercury text="" g1';"="">Nos últimos anos, ele vivia com equipamentos que o ajudavam a respirar e se comunicava por meio de um computador comandado com o movimento dos olhos. Dom Irineu costumava tratar a doença com serenidade e dizia que, apesar dos limites no corpo, Deus enchia seu coração de alegria.
<spanmercury text="" g1';"="">Como ELA não afeta o raciocínio, ele não deixou de produzir. Além de escrever uma oração pela paz mensalmente em seu blog, deixou um último trabalho de fôlego, ainda não publicado, o livro Correspondência com Irene: Meditações sobre a Paz e a Não Violência.