O Brasil tem 21 espécies de dinossauros confirmadas e batizadas. Há casos tidos como duvidosos (o Antarctosaurus brasiliensis: não se sabe dizer se era diferente ou igual a outras espécies) ou indeterminados, e já houve um "rebaixamento" - o Sacisaurus agudoensis (assim chamado porque, entre os ossos encontrados em rochas na cidade gaúcha de Agudo, havia 19 fêmures direitos, mas nenhum esquerdo), anunciado em 2006, foi reclassificado como pertencente a um grupo de répteis distinto.
As duas dezenas parecem poucas comparando com as mais de cem da Argentina, país com extensão territorial três vezes menor que, dias atrás, deu oficialmente ao mundo o Dreadnoughtus schrani, gigante de 26 metros de comprimento e 60 toneladas, com 70% dos ossos descobertos na Patagônia. Há uma série de motivos, como aponta o professor e paleontólogo paulista Luiz Eduardo Anelli no livro O Guia Completo dos Dinossauros do Brasil (Editora Peirópolis, 2010). Vão desde a formação geológica (por exemplo: aqui, são raras as rochas do Jurássico, período do qual são conhecidas sete espécies na Argentina) ao clima que, lá, favorece a preservação dos fósseis. O tempo de pesquisa também influi. Nossos vizinhos descreveram seu primeiro dino em 1893, 77 anos antes da primeira espécie brasileira.
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Paleoarte: a arte de ressuscitar dinossauros
Curador da exposição Dinos na Oca (2006), que atraiu meio milhão de pessoas ao Parque do Ibirapuera, em São Paulo, Anelli, 50 anos, está finalizando quatro livros sobre a pré-história brasileira - dois para adultos, dois voltados ao público infantil. Professor da USP, ele será nosso guia nesta viagem no tempo, ilustrada pelo paleontógrafo Felipe Alves Elias.
Pré-história nacional
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Edição especial do Planeta ciência apresenta um por um a origem e as características dos fósseis encontrados no país
Ticiano Osório
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