O veículo lunar chinês "Coelho de Jade" tem experimentado uma "anormalidade de controle mecânico", informou a mídia estatal do país no último sábado, no que parece ser um revés para o ambicioso programa espacial da China.
A anormalidade ocorreu devido ao "ambiente superficial lunar complicado", disse a agência de notícias oficial Xinhua, citando a Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional (SASTIND).
Os cientistas tentam consertar o problema, acrescentou o relatório, sem dar mais detalhes. Não houve relatos de anormalidade no site da SASTIND. O Coelho de Jade, ou Yutu em chinês, desceu na superfície da Lua em 15 de dezembro, horas após a sonda Chang'e-3 pousar no solo lunar.
As redes sociais chinesas estavam inundadas nesta segunda-feira de mensagens de preocupação e de desejos de recuperação para o veículo teleguiado enviado por Pequim.
"Coelhinho, rezamos por você", afirmou um internauta. "Espero que ressuscite", desejou outro, ressaltando a grande beleza, mas também as grandes dificuldades da exploração espacial. "Adeus Terra", "Adeus humanos", escreveram outros internautas, imaginando uma mensagem póstuma do Coelho de Jade enviada do além.
As sondas Chang'e-1 (lançada em outubro de 2007) e Chang'e 2 (em outubro de 2010) permitiram, uma vez postas em órbita, observações detalhadas da Lua. O programa espacial chinês é chefiado por militares. Além de garantir o status de grande potência, a China sonha em se tornar o primeiro país asiático a enviar um homem à Lua.
O Coelho de Jade, equipado com painéis solares para gerar sua energia, tinha como missão realizar análises científicas e enviar para a Terra imagens tridimensionais de seu satélite natural.
O veículo, com peso de 120 kg, pousou na Baía dos Arco-Íris, um território ainda inexplorado da Lua, e deveria funcionar durante três meses, se deslocando a uma velocidade máxima de 200 metros por hora.
A conquista do espaço é percebida na China, que investe bilhões de dólares ao setor, como símbolo do novo poder do país e das ambições do Partido Comunista (PCC) no poder.