O "local verdadeiro" dos Jardins Suspensos da Babilônia, a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que permanecia com localização incerta, enfim foi descoberto. Ao menos é o que alega Stephanie Dalley, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, informou no domingo o jornal britânico Daily Telegraph.
Após 20 anos de estudos intensos, Dalley decidiu vasculhar uma área a centenas de quilômetros a norte de onde ficava a Babilônia, na região central do Iraque. Segundo ela, a "maravilha" foi construída perto da cidade de Nínive - e não pelos babilônicos e seu rei, Nabucodonosor, como vinha-se acreditando, mas por inimigos, os assírios comandados pelo monarca Senaqueribe, que reinou há 2,7 mil anos.
A capital de Senaqueribe, Nínive, hoje se encontra em uma área devastada pela violência religiosa e étnica, o que impediu Dalley e equipe de se visitarem o local preciso dos jardins, segundo o Telegraph. Ainda assim, a pesquisadora conseguiu enviar à região uma equipe de filmagem local, escoltada por homens armados. A gravação mostrou uma grande colina com poeira e pedregulhos, abaixo da qual se expande uma área verde que termina em casas modernas e campo aberto.
"Parece um local perfeito para um jardim. Agora é preciso pesquisar mais o local, mas não acho que isso será possível em meu tempo de vida", lamentou Dalley ao Telegraph.
Um dos registros indicando a existência dos Jardins aponta que eles foram criados por Nabucodonosor 600 anos antes do nascimento de Cristo, para agradar a mulher do rei babilônico, saudosa das terras verdejantes da sua região natal. Mas nos escritos da época, incluindo os de Nabucodonosor, não há menção ao jardim, que para muitos se tornou um mito. Dalley preferiu procurar os Jardins ao norte do Iraque após decodificar um texto antigo, em escrita cuneiforme, informando que Senaqueribe havia construído um palácio rodeado por um jardim que seria "uma maravilha para todo o povo".
Quando os assírios conquistaram a Babilônia, sua capital ficou conhecida como "Nova Babilônia", o que também reforçaria os indícios a favor da pesquisa de Dalley. Segundo a pesquisadora, os jardins foram construídos numa série de terraços, como um anfiteatro, com um lago na parte de baixo. Permanecem no local indícios de um longo canal que serviria para abastecer a estrutura com 300 toneladas de água por dia.