Cientistas se disseram surpresos nesta quarta-feira ao testemunhar um chimpanzé e um orangotango nadando e mergulhando, habilidades que, segundo se acreditava, os primatas teriam perdido muito tempo atrás.
Os cientistas evolutivos Renato e Nicole Bender fizeram esta assombrosa constatação ao filmar dois primatas criados em cativeiro nos Estados Unidos.
- Ficamos extremamente surpresos quando o chimpanzé, Cooper, mergulhou repetidas vezes em uma piscina no Missouri e parecia se sentir muito confortável - declarou em um comunicado Renato Bender, da Escola de Ciências da Anatomia da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul.
- Foi um comportamento muito surpreendente para um animal que se acreditava ter muito medo da água - acrescentou.
Os dois cientistas também observaram um orangotango apelidado de Suryia nadar em um zoológico privado da Carolina do Sul.
Muitos zoos usam fossos com água para confinar chimpanzés, gorilas e orangotangos e os símios costumam se afogar ao se aventurar em águas profundas.
Humanos e símios não nadam naturalmente e precisam aprender a fazê-lo, ao contrário da maioria dos mamíferos, que instintivamente usam o chamado nado cachorrinho.
Criados por seres humanos, Cooper e Suryia usaram um movimento de pernas similar à "pernada de sapo" que usamos no nado de peito, descreveu o comunicado.
- O comportamento dos grandes símios na água tem sido amplamente negligenciado pela antropologia - explicou Nicole Bender, da Universidade de Bern.
- Este é um dos motivos pelos quais a natação em símios nunca foi descrita cientificamente, embora estes mamíferos tenham sido estudados muito estudados - emendou.