A morte de um estagiário do Bank of America iniciou uma série de debates sobre carga horário e condições de trabalho para jovens. O alemão Moritz Erhardt, que estava fazendo um intercâmbio em Londres, teria sofrido um ataque epilético após trabalhar 72 horas praticamente sem descanso. Segundo a BBC, a polícia ainda não confirmou as causas da morte do estudante.
Mesmo sem a comprovação dos motivos que causaram o ataque, diversas entidades se manifestaram sobre as condições de trabalho submetidas aos funcionários de instituições financeiras. Segundo elas, a "cultura" da carga horária excessiva para estagiários se intensificou após a crise econômica de 2008.
A terapeuta, Nerina Ramlakhan, que atendia funcionários do Bank of America e de outros bancos, afirmou que as reclamações sobre carga horária abusiva aumentaram nos últimos cinco anos. Ao jornal The Independent, ela disse que os estagiários de instituições bancárias estão sendo tratados de forma "desumana",
"Eles ficam cada vez mais frustrados, e acabam não suportando. A morte de Moritz Erhardt é um indicativo disso. Eles trabalham tanto, que chega a ser desumano" afirmou.
Em entrevista à BBC, Chris Roebuck, ex-gerente dos bancos USB e HSBC, disse que a a escassez de vagas no mercado de trabalho fez com que as pessoas mais jovens, como os estudantes, se submetessem com mais facilidade a jornadas mais rígidas.
"O principal problema que temos agora é que estagiários altamente competitivos querem ser vistos, para terem mais sucesso. Contudo, nós sabemos que trabalhar mais de 70 horas semanais é improdutivo", declarou Roebuck para o veículo britânico.