À medida que se afasta da Terra, a sonda Voyager 1 segue revelando detalhes até então desconhecidos pelo homem sobre as regiões mais distantes do nosso Sistema Solar, 36 anos após seu lançamento e 18,6 bilhões de quilômetros distante de nós.
Cientistas do Laboratório de Física Aplicada (APL) da Johns Hopkins University divulgaram, nesta semana, informações mais claras sobra a região em que a sonda se encontra - a chamada "estrada magnética".
A Voyager detecta influência cada vez menor das partículas de energia emitidas pelo Sol e começa a reportar, pela primeira vez, raios cósmicos galáticos originados da morte de estrelas "próximas". A direção dessas partículas revela, no entanto, que a sonda ainda não adentrou o meio interestelar.
- A Voyager 1 pode estar a meses ou anos de deixar o Sistema Solar, nós não sabemos ao certo - diz o pesquisador Stamatios Krimigis, do APL. - Mas a espera é incrivelmente excitante, uma vez que a sonda continua a contrariar previsões e mudar a forma como pensamos essa região misteriosa da galáxia.
Os cientistas se dizem surpresos com o quão rapidamente a influência do vento solar diminuiu e as partículas antes indetectáveis do meio interestelar apareceram.
- As partículas solares decaíram em intensidade mais de mil vezes, como se houvesse uma bomba de vácuo na entrada da estrada magnética. Nunca havíamos visto tamanha queda, só quando a Voyager deixou a gigante magnetosfera de Júpiter, uns 34 anos atrás - relembra Krimigis sobre a sonda, que passou por Júpiter, Saturno, Netuno e Urano.