Pesquisar câncer no espaço vale a pena. Cientistas da Nasa divulgaram recentemente conclusões compiladas após quatro décadas de pesquisa biológica em ambientes de microgravidade.
Em suma, os estudos apontam para uma vantagem importante de se estudar o funcionamento de células cancerígenas no espaço: sem o efeito gravitacional, as células disfuncionais estudadas em laboratório se reproduzem de maneira tridimensional, agrupadas de modo que reproduzem melhor a atividade celular e apresentam crescimento tumoral volumoso semelhante ao verificado em humanos.
Em laboratórios na Terra, as células crescem de forma planificada, de modo que não seguem a arquitetura tridimensional formada por proteínas e carboidratos de organismos vivos.
Segundo a bióloga celular da Nasa Jeanne Becker, do centro de biociências Nano3D, em Houston, a diferença de se trabalhar com cultivos tridimensionais de células é muito significativa.
- É incrível, quando você olha para a função da célula, como ela organiza suas proteínas, como elas ativam genes, como elas interagem com outras células. A variável mais importante aqui é a gravidade, e você não tem como eliminar a gravidade na Terra. Você tem de ir onde a gravidade é reduzida.
Ou seja: no momento, um dos melhores lugares para se pesquisar a cura de cânceres é a Estação Espacial Internacional, cerca de 70 mil quilômetros acima da superfície terrestre.