Única unidade ainda sem sede própria, o Campus Viamão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) foi comprado pelo Ministério da Educação (MEC). A área, de 34 mil metros construídos em terreno de 16 hectares, pertencia à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que mantém lá parte do seu parque tecnológico, o Tecnopuc. O valor pago foi de R$ 42 milhões.
Apesar da aquisição, a ampliação pretendida pela reitoria ainda depende da contratação de professores e funcionários. Instalado em 2011 em algumas salas de aula e laboratórios, o Campus Viamão do IFRS tinha previsão de funcionar com 70 professores e 45 técnicos-administrativos, mas nunca chegou a esse número. Um dos motivos era a falta de espaço:
— Com a falta de espaço resolvida, a gente imagina que, nos primeiros meses do ano que vem, o MEC possa atualizar o quadro de professores e de técnicos não só do Campus Viamão, mas de outros campus nossos (que) também têm situações parecidas. No início de 2025, devemos ter aprovado um projeto de lei que já está tramitando e que vai criar esses cargos. Então, vem tudo ao mesmo tempo, e poderemos abrir mais cursos para que mais vagas possam ser geradas — relata o reitor Júlio Xandro Heck.
O número de estudantes matriculados nos cursos já oferecidos gira em torno de 750. A ideia é que a expansão seja realizada ao longo do ano que vem e permita dobrar essa quantidade. Hoje, o Campus Viamão do IFRS oferece:
- Cursos técnicos integrados ao Ensino Médio em Administração e Meio Ambiente
- Cursos técnicos subsequentes ao Ensino Médio em Administração, Meio Ambiente e Serviços Públicos
- Cursos superiores de Tecnologia em Processos Gerenciais e em Gestão Ambiental
- Curso de especialização em Agroecologia
Com a ampliação, o reitor cita a licenciatura em Pedagogia como uma graduação pré-aprovada para funcionar lá, mas afirma que a própria unidade tomará suas decisões.
Polo de inovação
Em nota, a PUCRS informou que permanecerá ativa no local, “com laboratório do Tecnopuc e colaborando no planejamento do uso do espaço e na criação do polo de inovação do IFRS, que seguirá abrigando todas as empresas e operações do Tecnopuc Viamão”.
A intenção de manter as incubadoras é reforçada por Heck, que destaca que o IFRS já está tratando da instalação de um polo de inovação no local:
— Nosso desejo era, primeiro, o campus com sede própria, mas recebemos uma área muito maior do que o nosso desejo, que vai permitir que a gente sonhe e idealize novas possibilidades como, por exemplo, a criação de um polo de inovação em alguma área que seja importante para o Estado do Rio Grande do Sul — sinaliza.
O gestor do IFRS adianta que, apesar de os processos para a criação de um polo de inovação serem diferentes para uma instituição pública, “absolutamente tudo é possível”, inclusive criar um polo ligado a áreas nas quais o instituto tem expertise, como agroecologia, economia solidária, tecnologias sociais, tecnologias digitais e da informação.
Com relação ao Tecna – um Centro de Produção Audiovisual instalado pela PUCRS no espaço –, o IFRS assumiu o espaço, mas os equipamentos pertencem à universidade. Por isso, por enquanto, ficará desativado. A instituição pública avalia formas de viabilizar sua operação.