Em 2023, um a cada cinco brasileiros de 18 a 24 anos não frequentava a escola e não concluiu o Ensino Médio. No total, 20,4% dos jovens dessa faixa etária estavam nessa situação no ano passado. Os dados são do Censo da Educação Superior, levantamento realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os resultados do estudo foram divulgados na manhã desta quinta-feira (3). Os dados foram apresentados numa cerimônia em Brasília (DF), junto ao Ministério da Educação (MEC), seguida de coletiva de imprensa. A apresentação foi conduzida pelo diretor de estatísticas educacionais do Inep, Carlos Moreno.
Também participaram do anúncio o ministro da Educação substituto, o secretário-executivo Leonardo Barchini, e o presidente do Inep, Manuel Palacios. Moreno abriu a apresentação ressaltando os esforços do governo federal para atingir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), destacando a importância da meta 12, que prevê elevar a taxa bruta de matrículas na Educação Superior.
Neste ano, o estudo traz um dado novo, referente ao número de alunos que concluem o Ensino Médio e ingressam no Ensino Superior no ano subsequente. Dos concluintes do Ensino Médio em 2022, 27% ingressaram na graduação em 2023. Essa é uma das principais preocupações do governo federal, além da questão da evasão no Ensino Superior e a formação de professores.
— Diminuir a evasão é um grande desafio do MEC, não somente na rede pública, mas também na privada, que também tem um índice alto. Queremos que os estudantes não só acessem, mas também que permaneçam no Ensino Superior — afirma Leonardo Barchini.
Quando se observam os concluintes do Ensino Médio de escolas federais, essa proporção sobe para 58%, comportamento similar ao dos concluintes das escolas privadas, com 59%. Os alunos oriundos de escolas estaduais ficaram abaixo da média: apenas 21% ingressaram no Ensino Superior logo após saírem da escola.
Ingresso e matrículas
O número de matrículas seguiu a tendência de crescimento dos últimos anos e chegou a mais de 9,9 milhões, um aumento de 5,6% entre 2022 e 2023, o maior desde 2014.
No total, em 2023, foram contabilizados 560 mil ingressantes na rede pública de Ensino Superior e outros 4,4 milhões na rede privada, sendo 78% deles cursos à distância. Foram registradas 2.580 instituições de ensino que ofertam cursos de graduação, sendo 316 públicas e 2.264 particulares.
EAD segue crescendo
O levantamento do Inep indica que os cursos EAD seguem crescendo. Houve uma diminuição no ritmo de crescimento nos últimos anos, mas a tendência é que siga aumentando a procura por essa modalidade, segundo Moreno. Em 2023, foram contabilizados 3,3 milhões de ingressantes em cursos à distância.
Na rede pública, os cursos presenciais seguem sendo mais procurados, e na rede privada prevalecem os cursos remotos. A oferta de cursos também segue crescendo. Entre 2022 e 2023, aumentou em 15% o número de cursos EAD ofertados. De 2018 para 2019, o aumento foi de 43%.
O censo conduzido pelo governo federal é o instrumento de pesquisa mais completo do Brasil sobre as instituições de Ensino Superior. O estudo traz dados sobre os cursos de graduação presenciais e a distância (EaD) reconhecidos pelo MEC das redes pública e particular, sobre o perfil de alunos e docentes. Também aborda volume de ingressantes, matrículas e concluintes, entre outras informações.