O risco de um apagão de professores no Rio Grande do Sul é real. Quem garante é a secretária de Educação, Raquel Teixeira. Baseada em dados, a educadora falou sobre a falta de interesse na carreira do magistério. Esse foi um dos temas centrais do quinto debate do Movimento pela Educação, uma iniciativa da presidência da Assembleia Legislativa, realizado em Santa Cruz do Sul.
Fernanda Brites Luiz, diretora da escola municipal Ezequiel Nunes Filho, de Esteio, e Rafael Henn, reitor da Unisc, completaram o painel de especialistas. Serão nove encontros em diferentes regiões gaúchas. No final do ano, a Assembleia Legislativa deverá propor um novo marco legal da educação, com o objetivo que é comum a todos: melhorar a qualidade do ensino no Estado.
Em Santa Cruz do Sul, mais uma vez, houve consenso em torno da ideia de que a remuneração dos professores é um fator fundamental para tornar a carreira mais atrativa, mas não o único. Treinamento constante, perspectiva de crescimento e reconhecimento por parte da sociedade são outras das variáveis dessa equação, que deve ter seus resultados medidos de forma clara e objetiva. Nesse sentido, a secretária prometeu novas medidas de estímulo, a serem anunciadas em breve, para quem quiser dar aula.
A municipalização do ensino fundamental também esteve na pauta. Fernanda Luiz compartilhou a experiência da sua escola em Esteio, que além de municipalizada, adotou o turno integral.
– É um processo e não uma medida imposta por um canetaço – ensinou.
Já o reitor da Unisc ressaltou a importância das universidades não apenas na formação de nível superior, mas também na oferta de cursos e formações profissionalizantes, voltadas a suprir as carências do mercado.
Depois do debate, Felipe Amaral, diretor do Campus Caldeira, falou sobre o sucesso da iniciativa de formação e empregabilidade de talentos na nova economia. A ideia surgiu a partir da existência de 3,5 mil vagas nas áreas ligadas à tecnologia nas empresas que apoiam o Caldeira.
Mais de 6 mil jovens já passaram por lá, a maioria de escolas públicas. Boa parte conseguiu, depois da formação, uma vaga no mercado de trabalho.
Além do presidente da Assembleia, Vilmar Zanchin, assistiram ao debate e à palestra os deputados Airton Artus, Edivilson Brum, Kelly Moraes e Marcus Vinícius.
Serviço:
O evento é destinado, principalmente, aos líderes políticos da região, representantes da sociedade civil e profissionais da educação.O próximo encontro do Movimento pela Educação está marcado para 11 de agosto, em Santo Ângelo. Esse será o sexto de dez encontros que devem ocorrer até novembro deste ano, quando a Assembleia espera propor um Marco Legal da Educação Gaúcha.