Os especialistas avisam: educação não é um assunto só de especialistas. Essa foi uma das mais poderosas ideias do primeiro encontro de um projeto ambiciosos e necessário. O Movimento pela Educação é uma iniciativa da presidência da Assembleia Legislativa gaúcha. Estão previstos amplos debates em todas as regiões do Estado.
O primeiro aconteceu no Norte, em Marau. Impressionante ver o auditório da Casa da Cultura completamente lotado. Tinha gente em pé, lá atrás. Escrevo “lá atrás” porque o espaço comporta 750 pessoas sentadas. Lideranças, pais, professores, trabalhadores da educação, imprensa: todos ali ligados nas ideias de Mônica Timm, do Pacto pela Educação, Bernadete Dalmolin, Reitora da Universidade de Passo Fundo, Adriano Teixeira, Secretário de Educação de Passo Fundo, Luiz Carlos Cosman, Diretor da Escola Agrícola Celeste Gobbato, de Palmeira das Missões, e Verenice Lipsch, Secretária de Educação de Erechim.
Durante uma hora, eles conversaram sobre temas como educação profissionalizante, papel central dos municípios, financiamento, relevância da sociedade civil e valorização dos professores. Até responderam a uma pergunta do ChatGPT que, provocado pelo mediador (eu), indagou sobre a relação da inteligência artificial com a ética e a inclusão.
O presidente da Assembleia, deputado Vilmar Zanchin, estava sentado na primeira fila. Eu, comigo mesmo, apostei que ele ficaria ali os 5 minutos protocolares e depois iria embora. Afinal, o governador Eduardo Leite chegaria em breve e havia muitos contatos e conversas a fazer. Errei feio. Ficou até o fim, olhos atentos, sorvendo cada gota de informação e reflexão.
Foram muitas ideias e histórias interessantes. Uma me chamou a atenção de forma especial. Cinco alunos de Passo Fundo embarcariam, nos dias seguintes, para Barcelona. Uma das selecionadas, por mérito, é de uma família sem grandes recursos financeiros. Sua casa é pequena e seu quarto é separado da sala por um armário e por uma cortina. Apesar do espaço exíguo, os pais reservaram um local para ela estudar. E quando a filha está ali, algumas horas por dia, todos se organizam para que não haja barulho nem distração.
A menina alçou voo. Longe de mim afirmar que educação não precisa de dinheiro. Precisa sim. E de muito. Mas, sem uma boa gestão, nada se faz. E essa gestão não é só responsabilidade dos governos ou das escolas. É, como ensinam os especialistas, das famílias e de cada um de nós. O próximo encontro do Movimento pela Educação está marcado para o mês que vem, em Restinga Seca.
Serviço:
O evento é destinado, principalmente, aos líderes políticos da região, representantes da sociedade civil e profissionais da educação. O próximo encontro do Movimento está marcado para 26 de maio. Esse será o segundo de nove encontros que devem ocorrer até novembro deste ano, quando o governo espera propor um Marco Legal da Educação Gaúcha.