Saber o que fazer na hora da emergência pode evitar uma complicação ou até uma fatalidade. Por isso, neste mês, profissionais da rede municipal de educação de Canoas, na Região Metropolitana, participaram de uma capacitação em primeiros socorros. O objetivo da iniciativa é garantir que os educadores tenham noções básicas, em caso de necessidade em eventuais emergências dentro da escola.
O projeto obedece ao disposto na Lei Federal 13.722/2018. A Lei Lucas surgiu após o caso do menino Lucas Begalli, 10 anos, de Campinas (SP), que durante um passeio escolar acabou se engasgando e não resistiu. A lei torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação e de recreação infantil.
Em Canoas, as capacitações estão sendo realizadas em parceria com as equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A primeira capacitação foi realizada na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Terezinha Tergolina, com todos os profissionais da própria instituição, da Emei Ulysses Filho e representantes das escolas de Ensino Fundamental Tancredo Neves, Ildo Meneghetti e Arthur Jochims. O projeto foi pensado para, de maneira gradativa, alcançar todos os profissionais da educação das escolas da rede municipal até o final do ano de 2024.
– Essa era uma demanda antiga do grupo docente por causa de toda responsabilidade que nos cabe ao trabalhar com crianças. A ação da prefeitura veio de encontro com essa necessidade. A equipe teve uma abordagem muito prática, com uma linguagem do nosso cotidiano escolar, e as servidoras ficaram muito seguras, porque isso traz segurança para nós e para os pais – disse a diretora da Emei Terezinha Tergolina, Rosângela Camargo.
Conforme Rosângela, a Emei que coordena atende cerca de 150 crianças, de zero a seis anos, no bairro Estância Velha. Ela explica que o treinamento esclareceu dúvidas sobre como se portar em casos como engasgo, convulsão e quedas.
– Crianças até dois anos ainda mamam e elas têm essa questão da possibilidade da obstrução de vias aéreas. E na capacitação foi mostrado como fazer o manejo quando acontece emergência dessa forma. Torcemos para que nunca aconteça, mas precisamos estar preparadas – disse Rosângela.
A capacitação foi ministrada pelo enfermeiro e coordenador da equipe de Educação do Samu, Angelo Tresoldi. Na ação, os profissionais utilizaram manequins torso para Reanimação Cardiopulmonar (RCP), tanto infantil quanto adulto, para simular as técnicas.
– Termos profissionais capacitados, e realizar os encaminhamentos disponíveis pode fazer a diferença em situações de vida ou morte, além de evitar possíveis sequelas produzidas por acidentes – destacou Tresoldi.
Ambiente mais seguro
A vice-diretora da Emef Arthur Jochims, Gabriele Zardo, participou da demonstração com o boneco para testar as técnicas ensinadas.
– Fiquei tranquila porque são ações que estão no nosso alcance de fazer e só faltava um conhecimento, um protocolo para ter segurança dentro da escola. A equipe foi simples na explicação na questão técnica – disse Gabriele.
Segundo ela, a Arthur Jochims tem aproximadamente 600 alunos, que têm entre seis e 14 anos. Por ter formação em Educação Física, ela conta que normalmente é chamada quando ocorre alguma situação, como quedas que geram cortes, por exemplo:
– Por isso, quando surgiu a oportunidade da capacitação, fiquei animada para participar e obter conhecimento prático.
Alguns responsáveis também estiveram presentes na ação. Natália Rodrigues, 30 anos, mãe da Lara Katz, quatro anos, aluna do Jardim I, afirma que profissionais capacitados dão mais segurança para os pais e responsáveis.
– Saber que as nossas crianças estão em um ambiente com profissionais que possam atender elas em caso de emergência nos deixa muito mais seguros, ainda mais os professores, que estão com eles na maior parte do tempo – disse a mãe.