Se depender da nota obtida na redação do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 2023 será o ano em que Maria Fernanda Simionato de Lemes conquistará a almejada vaga em Medicina em uma universidade federal. A jovem de 21 anos, que se prepara há quatro no Fleming Medicina, em Porto Alegre, tirou nota mil – a máxima – nessa prova, já tendo alcançado 960 em outros três anos.
— Eu imaginava que iria bem, porque já tinha ido em outros anos, mas não tinha a expectativa de tirar nota mil — comemora Maria Fernanda.
Nascida na cidade catarinense de Maravilha, a estudante mora no Rio Grande do Sul há seis anos. Primeiro, cursou o Ensino Médio no Centro de Ensino Integrado da Universidade de Passo Fundo (UPF). Lá, já iniciou sua preparação na área da escrita e, em um concurso de redações, ficou em segundo lugar. Já formada, se mudou para Porto Alegre e iniciou os estudos no Fleming.
— Acho que o meu maior crescimento foi lá, porque eles têm uma preparação muito grande para redação. A gente tem uma escrita semanal, então criamos um repertório importante sobre questões históricas e socioculturais que me ajudaram na prova — relata a jovem.
Em 2022, o tema da redação do Enem foi “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Maria Fernanda não se lembra bem sobre o que escreveu – vai saber daqui a alguns meses, quando receber a vista pedagógica da correção do texto – mas recorda que focou em falar acerca dos povos indígenas, sobre os quais estava mais habituada a tratar.
Mas não é só o cursinho que preparou a jovem para gabaritar a redação. A dedicação à leitura e à escrita vêm de família. Os pais escrevem bastante nos seus trabalhos e a incentivam a melhorar os textos.
— Desde criança, meus pais sempre me incentivaram a ler e escrever. Eles sempre foram exemplos de escrita e de conhecimento — conta a vestibulanda, revelando que até hoje envia e pede feedback aos pais sobre suas redações.
Como dica para ir bem nessa prova, Maria Fernanda destaca a importância de ler e se informar, para criar repertório tanto de vocabulário, quanto de conteúdo. Foi assim que a jovem conseguiu passar da nota 520 na redação, obtida como treineira, antes mesmo de começar o Ensino Médio, para a mil.
A expectativa da estudante é que a média de 795 – bem superior à anterior, de 760 – seja suficiente para conquistar uma vaga em Medicina em uma universidade federal pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), cujas inscrições se iniciam no dia 16 de fevereiro. Caso não seja, ainda está em dúvida sobre se enfrenta mais um ano de cursinho ou se inicia os estudos em uma particular na qual foi aprovada.
— Não é fácil, porque tu vê que está tendo bons resultados e que já tem muito conhecimento sedimentado, mas tu nunca sabe o que vai cair na prova. É questão de persistência. Claro que dá uma desanimada às vezes, porque tu tem a sensação de que está perdendo tempo e nunca vai ser suficiente, mas eu sempre tive muita gente que me apoiou. Isso faz uma diferença enorme — observa a jovem.
Com resultado divulgado nesta quinta-feira (9), o Enem teve a participação de mais de 2,3 milhões de pessoas. Procurado pela reportagem de GZH, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, informou que ainda não possui um balanço de quantas pessoas obtiveram nota máxima na redação. Os dados finais, com números da aplicação e as médias de desempenho em cada área do conhecimento, serão divulgados posteriormente.