O Novo Ensino Médio chegou neste ano às escolas de todo o Brasil com a promessa de ser um modelo mais moderno e atraente para os alunos, que os prepare para serem cidadãos do século 21. Por outro lado, a reforma, que divide o currículo desta etapa em duas partes - uma com disciplinas obrigatórias para todos e outra na qual o estudante pode escolher entre algumas opções de áreas de aprofundamento -, traz preocupações para especialistas em Educação.
Em caderno digital, com reportagens produzidas desde o início do ano, apresentamos as principais transformações trazidas pela reforma e os possíveis impactos que ela pode gerar em um futuro não tão distante.
Para os defensores do formato, a mudança surge como um espaço de mais autonomia para que os alunos, que até então recebiam a mesma carga horária em todas as áreas de conhecimento, cheguem ao mercado de trabalho já mais seguros sobre o que querem da vida. Além da flexibilidade na escolha entre diferentes áreas de aprofundamento, os estudantes também terão no novo currículo quatro novas disciplinas: Projeto de Vida, Iniciação Científica, Mundo do Trabalho e Cultura e Tecnologias Digitais. A ideia é que elas ajudem os adolescentes a entenderem suas aspirações e possibilidades.
Entre pesquisadores e diretores de instituições de ensino, no entanto, não há consenso quanto aos benefícios do Novo Ensino Médio. Uma das principais preocupações é que a redução da carga horária das disciplinas básicas, gerada pela flexibilização no currículo, impeça que o aluno aprenda pelo menos o mínimo sobre o restante das áreas de conhecimento. Também há suspeitas sobre um possível aumento na desigualdade da qualidade da educação oferecida para estudantes de escolas públicas e privadas, podendo estes últimos serem privilegiados com a oferta de mais disciplinas eletivas e núcleos de aprofundamento, por exemplo.