Diante da discussão sobre o retorno das aulas presenciais no Rio Grande do Sul, a professora e vice-presidente do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) do Amazonas, Laura Cristina Vital, contou como está sendo a nova rotina nas escolas em uma entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira (12). Em 6 de julho, as aulas foram retomadas em todas as instituições privadas do Estado e, na segunda-feira (10), 110 mil estudantes voltaram em escolas públicas.
Segundo a professora, o retorno só foi possível devido à queda do número de casos de coronavírus no Amazonas. Ela explicou que o governo foi liberando as atividades econômicas por ciclo, com observação e intervalo de 15 dias de um para o outro. Como não houve registros de novos casos, nem aumento de internação ou procura pelos hospitais, as escolas foram liberadas no quarto ciclo.
Além disso, Laura considera muito importante a articulação do sindicato com a vigilância sanitária e com as autoridades governamentais.
— Mostramos nosso protocolo, como iríamos colocá-lo em prática e assim estamos fazendo. Hoje, um mês depois da retomada das aulas, nosso cenário continua favorável, sem grandes ocorrências, sem nenhuma notificação de alunos que estejam com covid ou escolas suspensas (por surtos da doença) — contou.
No entanto, cerca de 15% dos alunos ainda estão tendo aula em casa, com suporte remoto, pois os pais se sentem inseguros com a situação. A professora afirma que, logo que retornaram, esse número era ainda maior, mas diminuiu conforme os pais puderam observar o comportamento da escola e a efetividade do protocolo.
De acordo com Laura, todos os níveis — Fundamental um e dois e Médio — já retornaram, somente o Ensino Superior está voltando de forma gradativa, conforme a necessidade de cada curso. Porém, a organização interna depende de cada escola:
— Tem escolas que estão com a educação básica toda e outras não. Dependeu da prioridade de cada uma. Mas elas também elaboraram uma pesquisa para os pais responderem de que forma estavam vendo esse retorno, qual seria a melhor data, qual seria o segmento de prioridade que a escola deveria dar.
Protocolo diário
A professora relata que o protocolo de prevenção começa desde a entrada na instituição, com uma triagem, verificação de temperatura e higienização das mãos. Depois disso, os alunos passam por tapetes de sanitização que higienizam os calçados e rodinhas das mochilas.
Todos devem utilizar máscaras, além de carregarem na mochila máscaras extras. Dentro das salas, existe a obediência de distanciamento de um metro e mio entre as mesas, delimitados com adesivos no chão.
— O protocolo é bem detalhado e ele precisa ser colocado em prática todos os dias para podermos continuar tendo esse favorecimento sem transtornos em relação à covid-19 — salienta Laura.
No intervalo, os alunos podem ir para o pátio, desde que respeitem o distanciamento. A posição dos alunos para lanchar, por exemplo, é pré-organizada e orientada pelos colaboradores da escola.
Há ainda uma divisão nos horários de intervalo, a fim de evitar aglomerações. Algumas escolas buscaram a alternativa das turmas lancharem na sala de aula, visto que não há espaço para todos. Em algumas instituições, foram providenciadas barreiras acrílicas para as mesas do refeitório, para que haja distanciamento, já que nesse momento os estudantes precisam ficar sem máscara.
Para manter a distância recomendada, a maioria das escolas estão trabalhando de forma híbrida — com uma parte presencial e outra online.
— Como estamos sendo rígidos com a prática do protocolo, temos que reduzir a turma em 50% e para isso precisamos colocar uma turma online e outra presencial, ou metade de uma turma online e a outra metade presencial. Essa organização é da autonomia de cada escola — explica a professora.
Durante a entrevista, Laura ainda falou sobre o final do ano letivo, que, segundo ela, deve ocorrer entre dezembro e janeiro. Já as aulas de 2021, devem começar entre o final de janeiro e início de fevereiro.
Confira a entrevista completa: