A rede estadual de ensino teve, nos últimos 12 meses, ao menos 5.744 relatos oficiais de agressões verbais ou físicas cometidas por alunos contra professores ou funcionários. Os números gerais, no entanto, mostram que houve redução na maioria dos casos de violência em ambiente escolar no primeiro semestre de 2018 na comparação com o segundo semestre de 2017.
Os dados são de 2,4 mil (cerca de 95%) das 2.539 escolas da rede estadual e foram informados pelas direções das unidades para a Comissão de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave), da Secretaria Estadual da Educação (Seduc).
No caso dos relatos de violência física, foram 165 no segundo semestre de 2017 e 135 no primeiro semestre de 2018. Em relação às agressões verbais, houve o registro de 3.121 casos no segundo semestre do ano passado e 2.321 no primeiro semestre de 2018.
Outro índice que chama bastante atenção em ambiente escolar é o bullying. Foram 4.978 casos, sendo 2.860 no segundo semestre de 2017 e 2.118 no último semestre. Em relação ao racismo, os números indicam que houve 1.194 casos no segundo semestre do ano passado e 175 neste ano.
De acordo com a Seduc, nem todas as situações são registradas na polícia. Geralmente, os casos que têm registro policial são furtos, assaltos e arrombamentos, por exemplo. Os dados mostram que 554 escolas foram arrombadas ou furtadas no último ano e ocorreram 482 assaltos nas entradas ou saídas dos colégios.
Relatos de indisciplina comunicados pelas direções chegam a 19.556 nos dois semestres. Pichações, vandalismo e depredação ocorridas dentro do ambiente escolar tiveram 1.904 registros.
Os dados da Cipave são enviados em tempo real pelas direções. Agora, eles também podem ser acessados pela Brigada Militar. Um convênio foi assinado nesta semana com a Seduc. Com isso, os policiais podem ter acesso aos números. A ideia é que a Brigada possa elaborar estratégias de combate à violência.
- A Brigada Militar vai ter acesso a todo esse material para eles poderem pautar as ações preventivas de forma mais precisa, em cima das escolas que estão precisando de mais atenção e dos locais de mais vulnerabilidade. Para nós, essa parceria é de extrema importância - disse a coordenadora da Cipave, Luciane Manfro.
De acordo com a coordenadora da Comissão, a ação Parceiros da Cipave, implementada no começo de 2018, também tem contribuído para a reduzir a maioria das ocorrências. São realizadas palestras, orientações e atividades, prestadas por voluntários, que conscientizam jovens para problemas como drogas, preconceito e bullying.
Agressão verbal a professores e funcionários
1º semestre 2018 - 2.321
2º semestre 2017 - 3.121
Violência física entre alunos
1º semestre 2018 - 137
2º semestre 2017 - 165
Depredações, pichações e vandalismo
1º semestre 2018 - 855
2º semestre 2017 - 1.049
Bullying
1º semestre 2018 - 2.118
2º semestre 2017 - 2.860
Arrombamentos e furtos
1º semestre 2018 - 272
2º semestre 2017 - 282
Assaltos na entrada e saída da escola
1º semestre 2018 - 232
2º semestre 2017 - 250
Racismo
1º semestre 2018 - 175
2º semestre 2017 - 1.194
Tráfico, posse ou uso de drogas dentro ou no entorno das escolas
1º semestre 2018 - 335
2º semestre 2017 - 328
Indisciplina
1º semestre 2018 - 8.686
2º semestre 2017 - 10.870