Dados divulgados nesta terça-feira (12) apontam que 53% dos adolescentes com 15 anos de idade frequentavam o Ensino Médio no Brasil em 2015, contra um percentual de mais de 90% nos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nesta idade, a expectativa nos diferentes sistemas de ensino avaliados é de que os estudantes já tenham deixado o primário, mas 34% dos jovens brasileiros ainda permanecia no Ensino Fundamental.
O Ensino Médio brasileiro é composto por três anos de estudo e deveria ser cumprido dos 15 e os 17 anos. No entanto, levantamento da OCDE mostra que apenas metade dos estudantes consegue concluir esta etapa de ensino nos três anos previstos.
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A pesquisa faz parte do Education at a Glance (Um Olhar sobre a Educação, em tradução livre), que compara os dados educacionais de 34 países que integram a OCDE, além de 11 nações parceiras, como o Brasil, Argentina, China e Índia.
Entre os jovens de 18 anos, menos da metade cursa o Ensino Médio ou o Superior no Brasil. A taxa dos países da OCDE é de 75%. Além disso, os dados apontam que na população adulta, na faixa entre os 25 e 64 anos de idade, 50% dos brasileiros não chegou a terminar o Ensino Médio em 2015. Entre os países desenvolvidos, eram 22%.
Apesar dos números negativos, o relatório mostra que houve avanços no Brasil Entre a população entre 25 e 34 anos, o percentual de estudantes que concluiu o Ensino Médio subiu de 53%, em 2010, para 64% em 2015.
Para melhorar os indicadores no Ensino Médio, no ano passado o governo federal apresentou uma medida provisória para alterar esta etapa de ensino. A lei do novo Ensino Médio foi aprovada em fevereiro deste ano no Congresso Nacional e prevê a ampliação da carga horária e a flexibilização do conteúdo, com possibilidade de o estudante optar entre cinco áreas para aprofundar o conhecimento. No entanto, a proposta é motivo de críticas de especialistas, que dizem que as redes de ensino – principalmente os Estados – não terão como disponibilizar diferentes opções de formação aos estudantes.
Educação infantil
O relatório também aponta para a dificuldade de o Brasil incluir crianças na Educação infantil. Apenas 37% dos meninos e meninas na faixa dos dois anos de idade, e 60% com três anos estão nas creches. A média dos países da OCDE é de 39% e 78%, respectivamente.
No estudo, a OCDE lembra que o Brasil aprovou, em 2009, uma emenda à Constituição que determinou a obrigatoriedade da matrícula escolar dos quatro aos 17 anos, com validade a partir de 2016. Os dados tabulados apontam que 79% das crianças de quatro anos estavam na escola em 2015. A média da OCDE é de 87%.
Ensino Superior
Entre os estudantes brasileiros com 25 a 34 anos de idade, apenas 15% estão no Ensino Superior. O número é bem menor à média da OCDE, com 37%.
Em função do baixo índice de matriculas, o salário entre quem faz faculdade é maior do que em outros países. A graduação pode render uma renda até 2,4 vezes maior no Brasil, diante de uma média de 1,5 na OCDE.