As exportações da indústria de transformação do Rio Grande do Sul registraram queda de 19,3% em maio de 2024, em comparação ao mesmo período do ano anterior. O dado foi divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), que atribui a variação negativa à chuva excessiva e consequentes enchentes que atingiram o Estado e resultaram na paralisação de plantas industriais e na interrupção das rotas de transporte de insumos e produtos.
De acordo com a entidade, a receita das exportações caiu para US$ 1,2 bilhão, uma redução de US$ 282,5 milhões em relação a maio de 2023.
— Além de fábricas fora de operação, a infraestrutura danificada contribui para maiores custos para a indústria gaúcha, tanto em transporte como na produção. A maior parte das plantas industriais está localizada em municípios atingidos pelo desastre climático — afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
O segmento de Alimentos, que responde pela maior parte das exportações da indústria de transformação, foi o mais afetado, com queda de 36,5% no valor exportado (US$ 214,3 milhões a menos), principalmente devido à menor quantidade de mercadorias enviadas ao mercado externo, mas também houve redução de 3,4% nos preços.
Também houve quedas nos embarques de Químicos (-3,4%), Couro e calçados (-1,6%), Veículos automotores (-41,7%), Máquinas e equipamentos (-49%) e Produtos de metal (-15,2%).
O segmento de Tabaco, por outro lado, apresentou crescimento de 39,4%, cerca de US$ 206,5 milhões, com aumento tanto na quantidade quanto nos preços dos produtos exportados. As importações também sofreram declínio, caindo 41,2% em maio.
Porto e aeroporto
A Fiergs também destaca a relevância do fechamento do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e do Porto de Rio Grande para o resultado. O terminal aéreo da Capital, que segue fechado, movimentou em maio 72,1% menos do que no mesmo mês de 2023 em exportações e 91,5% menos em importações. O Salgado Filho foi fechado em 3 de maio e até então havia embarcado US$ 1,2 milhão em vendas externas e recebido US$ 3,5 milhões em compras.
O Porto de Rio Grande continuou em funcionamento durante a tragédia climática, no entanto a interrupção de estradas pela chuva extrema prejudicou a ligação entre as plantas industriais e os portos e alfândegas. O cenário, de acordo com a Fiergs, aumentou os custos de transporte para a indústria gaúcha no período.