O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou na noite desta quarta-feira (13), que a orientação para reter os dividendos extraordinários da companhia teria sido feita pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva ao Conselho de Administração da empresa. A manifestação foi feita na rede social X (antigo Twitter). As informações são da Folha de S.Paulo.
"É legítimo que o CA (Conselho de Administração) se posicione orientado pelo presidente da República e pelos seus auxiliares diretos que são os ministros. Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários", afirmou.
Prates avaliou ainda que episódio não se tratou de uma "intervenção na Petrobras", mas o "exercício soberano" dos representantes do controle da empresa – o Estado brasileiro.
Desde quinta-feira (7), quando a companhia anunciou que não faria o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas, as ações caíram com o receio de que o governo petista estivesse intervindo na empresa. O Ibovespa também recuou, atingindo o menor nível desde 7 de dezembro em razão da possível intervenção.
"Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida", escreveu Prates.
A repercussão negativa do caso levou o governo a ensaiar um recuo. Na segunda-feira (11), os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) se reuniram para avaliar possível mudança de decisão sobre os dividendos. Eles disseram que a empresa pode rever decisão se ficar comprovado que tem condições de bancar seu plano de investimentos.