O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 26, que a taxação de fundos fechados atinge a 2.400 fundos que têm patrimônio de R$ 800 bilhões e que a proposta é que paguem imposto assim como qualquer outro trabalhador.
"Estamos falando de 2400 fundos que envolvem patrimônio de R$ 800 bilhões. Estou falando de duas mil pessoas. Estamos falando de uma legislação que é anacrônica, que não faz sentido nenhum. Ninguém quer tomar nada de ninguém, estamos cobrando o rendimento desse fundo, como qualquer trabalhador. Não tem sentido uma pessoa com R$ 300 milhões de patrimônio rendendo estar num paraíso fiscal só dela", afirmou, em entrevista ao portal Metrópoles.
Na avaliação do ministro, o País criou uma espécie de conta paradisíaca para essas duas mil famílias. "Quando o salário mínimo congelou por sete anos ninguém reclamou. Do Bolsa Família ninguém reclama, ou da tabela do Imposto de Renda. Quando você vai fazer justiça fiscal, a pessoa vai reclamar de pagar o que todo mundo paga?", disse.
Offshores
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo quer aproveitar o texto sobre mudanças na tributação de offshores já enviado ao Congresso, mas promover ajustes de redação. "Queremos aprovar a lei que está lá. Vão ter melhorias na redação. Acolhemos 19 ajustes de redação, coisas justas, para não ter litigiosidade. Foi amplamente debatido e vieram recomendações que serão acolhidas pelo governo na negociação com relator, no sentido de aperfeiçoar texto, deixar pessoas menos inseguras", afirmou, em entrevista ao portal Metrópoles.
A proposta de cobrança de imposto de renda sobre fundos offshore está na medida provisória que atualiza a tabela do IR. A MP caduca no final de agosto e ainda não foi instalada a comissão mista para debatê-la.