O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (31) trouxe manutenção da projeção de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 continuou em 2,24%, contra 2,19% há um mês. Considerando apenas as 55 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 diminuiu, de 2,23% para 2,21%.
Para 2024, o relatório também mostrou estabilidade no cenário de crescimento do PIB, em 1,30% ante 1,28% de um mês atrás. Considerando apenas as 50 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,30% para 1,25%.
Em relação a 2025, a mediana seguiu em 1,90%, ante 1,81% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que baixou de 2,00% para 1,97%, contra 1,90% de um mês atrás.
O Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,9% para 2,5%, em meados deste mês. No Banco Central (BC), a estimativa atual é de 2,0%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2023 sofreu alterações no Boletim Focus desta semana. A projeção passou de 60,50% para 60,40%, ante 60,60% de um mês atrás.
Para o déficit primário em relação ao PIB este ano, a mediana seguiu em 1,00%, contra 1,02% um mês antes. O Ministério da Fazenda sustenta que deve entregar um resultado deficitário de 1,0% do PIB em 2023, ou menor. Já a estimativa para o déficit nominal este ano se manteve em 7,45% do PIB, de 7,74% há um mês.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Para 2024, a estimativa para a dívida líquida variou de 63,95% para 63,90%. Há quatro semanas, a expectativa era maior, de 64,00% do PIB. Já o déficit primário esperado para 2024 se manteve em 0,80%, longe da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB), enquanto o déficit nominal passou de 7,00% para 6,90% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,00%, nessa ordem.
Déficit em conta corrente
Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus agora divulgado. A projeção deficitária variou de US$ 42 bilhões para US$ 42,90 bilhões, ante US$ 43,22 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit continuou em US$ 50 bilhões, ante US$ 50,40 bilhões há quatro semanas.
Em relação ao superávit da balança comercial em 2023, a projeção cedeu de US$ 67,56 bilhões para US$ 66 bilhões, contra US$ 63,76 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária continuou em US$ 60 bilhões, de US$ 55,65 bilhões quatro semanas antes.
Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.
A mediana das previsões para o IDP em 2023 seguiu em US$ 80 bilhões, de US$ 79,50 bilhões há um mês. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80 bilhões pela 26ª vez.