A cesta básica de Porto Alegre voltou a ser a mais alta entre as capitais do país depois de 14 meses. Levantamento divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que os gaúchos precisam de R$768,82 para adquirir o conjunto de alimentos essenciais.
Conforme os dados do Dieese, de janeiro a outubro de 2022, a cesta acumulou alta de 12,58%. Dos 13 produtos que considerados essenciais, oito ficaram mais caros. A batata teve maior alta: 24,7%. No acumulado do ano, esse aumento chega a 52,21%.
Daniela Sandi, responsável pela pesquisa da cesta básica em Porto Alegre, explica que o aumento do preço pode ter sido puxado pelos produtos in natura.
— Temos a batata, a banana e o tomate como os alimentos com maior alta. Em relação ao aumento da batata, por exemplo, o fim da safra de inverno e as chuvas afetaram a oferta — explica Daniela.
Depois de Porto Alegre, as capitais com maiores preços da cesta básica em outubro foram São Paulo (R$ 762,20), Florianópolis (R$ 753,82) e Rio de Janeiro (R$ 736,28).
Ainda conforme o Dieese, em outubro, uma família precisava de 68,58% do salário mínimo para comprar os alimentos considerados essenciais.
— O cobertor segue muito curto para a maior parte da população que ganha salário mínimo. Com o preço dos alimentos em alta, dificulta muito o poder de compra — salienta Daniela.
Conforme o levantamento, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.458,86.