O Dia das Crianças, celebrado na próxima quarta-feira, 12 de outubro, é aguardado com expectativa pelos lojistas no Rio Grande de Sul. A previsão é de que movimente as vendas no comércio em geral e seja um aquecimento para outras datas comemorativas que ocorrem no segundo semestre do ano.
De acordo com o Sindilojas Porto Alegre, o Dia das Crianças, este ano, deve injetar R$ 222 milhões na economia, com alta de pelo menos 11% nas vendas em relação ao ano passado. A projeção da entidade é de que o tíquete médio gasto com os presentes seja de R$ 175,42.
Há também a expectativa de que os negócios, impulsionados pela ocasião, não fiquem restritos ao público infantil, refletindo em outros segmentos do varejo.
— Pelas conversas com os lojistas, acreditamos que a alta nas vendas deva até superar a projeção. A pandemia no ano passado ainda prejudicou o consumo, e esse ano, além dos presentes que os familiares compram, tem o consumo por impulso, quando o cliente vai até a loja e acaba comprando outros produtos que estava precisando — prospecta o presidente do Sindilojas, Arcione Piva.
Na avaliação da Fecomércio-RS, a data deve ter aumento nominal nas vendas, motivado pelo aumento de preços. A entidade lembra que os brinquedos ficaram 20,3% mais caros no acumulado de 12 meses até agosto deste ano. O mesmo acontece com roupas e calçados infantis, cujos preços aumentaram 14,31% e 17,99%, respectivamente. O cenário leva a uma projeção mais contida da entidade.
— Sobre o aspecto do volume de vendas, certamente será um pouco maior (do que no ano passado), mas não muito, devido a fatores negativos como inflação e renda das pessoas de classes mais baixas, que segue comprometida — diz Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.
Irio Piva, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), chama atenção para um detalhe em relação às opções de presentes buscados para a data. A entidade usa como base a pesquisa nacional da Boa Vista, que mostra os brinquedos em segundo lugar na preferência de itens para presentear. À frente, produtos de vestuário e calçado aparecem como mais procurados.
— É um detalhe interessante, porque, até o ano passado, era diferente. Mostra um consumidor mais racional adquirindo itens que as crianças vão usar — observa o presidente da CDL.
Repetindo o comportamento de datas comerciais anteriores, a preferência dos consumidores para as compras no Dia das Crianças deve ser pelas lojas de rua e de comércio local — escolha para 56,3% dos clientes, segundo o Sindilojas. Os shoppings devem ser o segundo ponto de maior movimento (44%). Em Porto Alegre, além das decorações temáticas, os centros comerciais apostam em eventos focados para o público infantil, como apresentações e atividades interativas.
Conforme projeção da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), os centros comerciais devem registrar aumento médio de 16% nas vendas do Dia das Crianças no país, em relação à mesma data de 2021. O setor espera alta de 15% no fluxo de pessoas nos shoppings.
Fim de ano aquecido
Passado o Dia das Crianças, a expectativa é de que o comércio siga embalado até o fim do ano. Isso porque outras três importantes datas de vendas são esperadas no calendário: Black Friday, Copa do Mundo e Natal.
— São três eventos bem importantes para fechar o ano com chave de ouro. Todas as pesquisas apontam para um segundo semestre bem positivo, especialmente ante 2021 e 2020 — comemora Arcione Piva, presidente do Sindilojas Porto Alegre.
A recomendação das entidades é para que os empresários comecem os preparativos pela decoração das lojas. Segundo Piva, os motivos temáticos são importantes para gerar trânsito de clientes. Mas junto da decoração, é necessário preparar a loja em termos de treinamento de equipe e estoque.
A injeção de recursos no bolso do consumidor colabora para o otimismo do varejo. Para o fim do ano, são esperados os pagamentos de 13º salário, férias e novas parcelas do Auxílio Brasil, o que deve influenciar a tendência de compras.
— De outubro até dezembro, temos várias datas especiais e elas sempre ajudam a aquecer o varejo. A expectativa é otimista — completa Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.