Inovações para a construção civil alinhadas à automação e à eficiência energética são os principais atrativos nos estandes da Construsul — Feira Internacional da Construção. Depois de dois anos sem ocorrer, a feira abriu os portões do Centro de Eventos da Fiergs nesta terça-feira (2), em Porto Alegre, para apresentar produtos e soluções que gastam menos energia e modernizam qualquer obra.
Uma dessas inovações é uma telha solar, exibida na feira pela empresa Telhas Perkus, de Santa Catarina. A estrutura integra o painel solar ao telhado, sem que a placa fique visível. Além da eficiência enérgica, a cobertura traz um ganho estético às construções.
— O grande apelo é integrar a geração solar ao telhado, sem que você fique com aquela sobre-estrutura dos painéis — diz Cícero Casagrande, diretor comercial da Telhas Perkus.
A empresa lança na feira dois modelos de telhas solares. Segundo a marca, a tecnologia é inédita no país. Os valores dependem de cada projeto e da quantidade de placas necessárias para determinada geração.
Em linha com a tendência das fontes renováveis, outro atrativo da Construsul são as estações de carregamento para carros elétricos. Alguns modelos são expostos pela Intelbras para uso residencial, condominial ou comercial.
Com o avanço no uso de carros elétricos no país, cresce a necessidade de ampliar a infraestrutura para garantir o abastecimento dos veículos. Com isso, aumenta também o número de prédios que passam a incluir os carregadores nas suas garagens.
O uso é simples: basta desbloquear o carregador por meio de um cartão de identificação por radiofrequência (RFID) ou aplicativo e conectar o carregador no carro. Em alguns modelos, o tempo de carga completa costuma durar cerca de 13 horas.
As estações têm preço variado conforme a capacidade e a finalidade de uso, mas custam entre R$ 4 mil e R$ 22 mil. O valor na conta de luz depende do carregamento do carro e também do preço dos quilowatt-hora (kWh). Ainda assim, costumam ser vantajosos pela comodidade, avalia Jorge Gustavo Schmidt, analista de produtos da Intelbras.
Considerada uma vertente da indústria 4.0, as impressoras 3D têm ganhado espaço para além das linhas de montagem com aplicação também na construção civil. Nesse setor, o principal uso da tecnologia tem fins de processos, com a possibilidade de gerar protótipos e maquetes.
O grupo Grapho, focado em soluções para softwares, está apresentando na Construsul a impressora 3D Taurus como um novo item de portfólio. O equipamento de classe industrial funciona a partir da fusão de filamentos: o fio de plástico (polímero) é derretido e transformado em peças previamente definidas em programas de desenho computacional.
As aplicações das estruturas em 3D são diversas. Na construção, vão desde a impressão de peças como moldes para concreto, gesso e cerâmica, como para a criação de objetos de decoração, maquetes ou itens de iluminação. Um equipamento de entrada custa cerca de R$ 50 mil.
— O uso na construção civil está em crescimento, com larga escala para processos e protótipos, como é o caso das maquetes — cita o consultor de vendas Jaan Tammerik.
Há também a apresentação de soluções mais simples, mas de uso próximo ao público que frequenta a feira. Entre elas, produtos para limpeza e lubrificação de equipamentos que envolvem o dia a dia de uma casa, como os sprays da marca WD-40.
O produto veio para o Brasil como desengraxante, mas expandiu para inúmeras utilidades, entre elas a de evitar a ferrugem em componentes eletrônicos ou a maresia em aparelhos de ar condicionado. Na Construsul, uma das aplicações apresentadas que mais chama atenção no estante é a de um produto que remove a cola de etiquetas e adesivos, por exemplo.
A programação da Construsul segue até sexta-feira (5) em Porto Alegre. A expectativa é de que mais de 32 mil pessoas passem pelo local. O espaço reúne cerca de 300 expositores com soluções para elétrica, hidráulica, iluminação, decoração, revestimentos, entre outros.