Com forte procura pelas lojas físicas e pelo comércio de rua, o Dia dos Pais deste ano, celebrado no próximo domingo (14), é encarado pelos lojistas como uma nova oportunidade de recuperar vendas, sobretudo nos segmentos tradicionais de vestuário e calçados, fortemente impactados pela pandemia. A inflação em alta e os juros podem inibir o consumo, mas, ainda assim, as expectativas do setor são otimistas.
O Dia dos Pais não costuma se destacar entre as principais datas do varejo, como Dias das Mães e Natal, mas a expectativa é de que seja, em vendas, uma das melhores datas comemorativa do ano até agora.
— Em 2020, foi feita uma liberação de última hora na semana do Dia dos Pais e ainda teve um contratempo entre município e Estado pelas regras (de funcionamento) adotadas. Em 2021, ainda tínhamos restrição de distanciamento, as pessoas recém iniciando a vacinação, então também foi difícil. Chegamos agora em 2022 dentro do melhor momento possível para o varejo, principalmente vestuário e calçados, com uma situação de emprego alta, redução do ICMS em alguns itens e o consumidor sensível a qualquer redução — contextualiza Carlos Klein, vice-presidente comercial da CDL.
Na projeção do Sindilojas Porto Alegre, o Dia dos Pais deverá movimentar R$ 163 milhões na economia da Capital. A expectativa é de alta de 12,5% nas vendas ante 2021. As lojas de rua são apontadas como escolha pela grande maioria (53,1%), seguida dos shoppings, por 42,9% dos consumidores.
Preferências dos consumidores
Além da oportunidade da data, outro fator que tem contribuído para as vendas é o frio, já que as lojas estão com seus estoques preparados para esse tipo de produto.
Entre os itens mais procurados, roupas (38%), perfumes (23%) e calçados (19%) lideram a pesquisa divulgada pela CDL. Também aparecem entre as preferências de quem pretende presentear acessórios (19%), almoço/jantar (15%), eletrônicos (9%) e livros (6%).
Carlos Klein, que também é lojista no segmento masculino, aposta em “crescimento robusto” ao redor de 50% no movimento e nas vendas da loja nesta semana de Dia dos Pais.
— Deve ser a melhor data do ano até agora, à medida que vai se confirmando uma estabilidade sanitária e um momento econômico melhor — projeta o dirigente da CDL.
Os itens considerados mais tradicionais, como roupas (38,9%), perfumes (16,6%) e calçados (10,9%), também aparecem entre os principais itens na pesquisa feita pelo Sindilojas Porto Alegre.
— Para nós, é muito importante porque é um segmento que sofreu muito durante a pandemia. Isso ajuda na retomada que vem acontecendo e dá continuidade — avalia Arcione Piva, presidente da entidade.
Mas também há espaço para presentes que valem como experiência, como almoços e jantares. Piva comenta que este é um item que tem aparecido mais a cada nova pesquisa, e que inclui tanto preparar algo em casa como, eventualmente, pegar uma refeição especial como presente.
Conforme a Fecomércio-RS, o Dia dos Pais costuma movimentar segmentos específicos do varejo. A expectativa da entidade é de um volume de vendas levemente superior ao do ano passado no Estado. A elevação dos preços deve aumentar a receita nominal obtida na data este ano.
Preparação para vender
As entidades lembram que a alta procura por presentes demanda organização dos lojistas, principalmente pela retomada das compras presenciais nas lojas físicas e pelo maior movimento de última hora. A data requer estratégias para viabilizar as vendas, como preparação do estoque, divulgação das ofertas e atendimento personalizado aos clientes.
A pesquisa da CDL indica que os vendedores não apenas recomendem os produtos, mas também ofereçam dicas de moda e opções de usar ou combinar os itens. Também é importante garantir alternativas de pagamento, do parcelamento no cartão ao Pix. Na pesquisa do Sindilojas, saber que a loja oferece benefícios para pagar pode ser fator decisivo na hora de comprar para 44,3% dos consumidores.
Ainda que a pandemia tenha aumentado a compra digital, 36% devem adquirir os presentes em lojas físicas de comércio local, segundo a CDL. Outros 30% devem procurar lojas online que vendem diversas marcas. E apenas 8% devem comprar por meio de redes sociais.