Os preços do petróleo registram alta nesta terça-feira (8), após a proibição nos Estados Unidos das importações de petróleo russo, uma decisão que também fez o níquel subir a seu máximo histórico e agitou as bolsas de valores.
Apesar de se manter abaixo do máximo de segunda-feira (7), quando chegou a US$ 139,13 por barril, o Brent, a principal referência internacional, registrava alta em torno de 6%, cotado a US$ 130, por volta das 15h40min desta terça, no horário de Brasília.
Por sua vez, o barril de referência nos Estados Unidos, o WTI, também era cotado em alta de 6%, a cerca de US$ 126 o barril.
O presidente americano, Joe Biden, anunciou no início da tarde a proibição das importações americanas de petróleo russo, enquanto o Reino Unido assinalou que vai eliminá-las gradualmente até o final do ano.
Já os países da União Europeia (UE), que recebem da Rússia aproximadamente 40% de suas importações de gás e um quarto das de petróleo, optaram por fixar a meta de reduzir em dois terços suas importações de gás russo.
Moscou, por outro lado, advertiu que, em represália pelas sanções após a invasão da Ucrânia, poderia cortar o fornecimento de gás natural à Europa através do gasoduto Nord Stream 1.
Mesmo que os Estados Unidos não importem grandes quantidades de petróleo russo, os analistas acreditam que a medida é importante porque supõe o lançamento de una guerra econômica total contra a Rússia, por parte de Washington, segundo Fawad Razaqzada, da consultoria ThinkMarkets:
— Haverá consequências: preços altos de gás, ainda mais inflação e represálias da Rússia.
Para Craig Erlam, da corretora Oanda, é mais um passo para que o Ocidente dê as costas para a Rússia e a deixe isolada no mundo. O aumento dos preços do petróleo freou a retomada das bolsas na Europa e nos Estados Unidos.
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Enquanto Londres conseguiu subir 0,1%, Frankfurt terminou a jornada estável e Paris registrou queda de 0,32%. Já em Madri, o Ibex-35 fechou positivo (+1,82%), em uma sessão marcada pela volatilidade. Já em Wall Street, o Dow Jones Industrial apresentava estabilidade na tarde desta terça-feira, após operar em baixa pela manhã.
Os preços das matérias-primas também sentiram os efeitos do crescente isolamento da Rússia e a Bolsa de Metais de Londres suspendeu o comércio de níquel depois que o metal, utilizado para fabricar aço inoxidável e baterias para veículos elétricos, disparou até atingir o recorde de US$ 101,3 por tonelada, em meio a temores pelo fornecimento russo.
Walid Koudmani, analista-chefe de mercado da plataforma de comércio online xtb, falou sobre as os problemas comerciais:
— A Rússia é um dos principais exportadores mundiais desta matéria-prima e, com a possibilidade de impor sanções aos países ocidentais, o mercado poderia sofrer uma importante crise de fornecimento no curto prazo, o que poderia dar lugar a novos aumentos de preços até que a situação se estabilize.