A operação tartaruga de auditores fiscais da Receita Federal nas alfândegas do Brasil tem atrasado a liberação de mercadorias em todo o país, e a falta de itens importados pode afetar, inclusive, as bonecas brasileiras que podem nunca mais "chorar ou falar", como alerta a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq).
— As bonecas correm o risco de não chorar e nem falar — afirma Synésio Costa, presidente Abrinq, que destaca ainda que a situação provoca atrasos e aumenta custos, podendo paralisar linhas de produção.
Com o bloqueio das cargas nos portos, aeroportos e fronteiras, o fornecimento de peças e componentes eletrônicos que constituem a parte sonora dos brinquedos acabam não chegando na indústria. A liberação de produtos, que ocorria em até 72 horas, tem levando entre dez e 15 dias.
Sem entrar no mérito da legitimidade da reivindicação dos servidores da Receita Federal, Costa afirma ainda que esforços têm sido feitos junto ao governo para que peças eletrônicas sejam colocadas no regime de canal verde – com fiscalização mais branda, não são afetadas pela mobilização de auditores fiscais.
De acordo com o presidente, a Abrinq apoia o movimento dos varejistas contra o marketplace de produtos asiáticos e promove ações contra o comercio irregular vindo do exterior.