Um dia após o ministro da Economia, Paulo Guedes, falar em pedir "licença" para furar o teto de gastos para bancar os R$400 do Auxílio Brasil, o mercado reagiu negativamente, com o dólar operando em forte alta nesta quinta-feira (21).
Às 11h26min a moeda norte-americana estava sendo vendida a R$ 5,6332 . Na maior cotação do dia até o momento, ela chegou a R$ 5,6750 - máxima que não era atingida desde abril.
Há expectativas sobre nova intervenção do Banco Central, com injeção de liquidez "extra", que poderia amenizar a volatilidade. O mercado monitora ainda o que Guedes deve falar em evento marcado para as 19h.
A Bolsa de Valores de São Paulo também abriu em queda de mais de 1%.
Conforme informações do jornal O Estado de S. Paulo, o novo arranjo de benefícios do Auxílio Brasil deve ter um custo extra de R$ 51,1 bilhões em 2022, dos quais pelo menos R$ 30 bilhões "extrateto" já teriam aval do Ministério da Economia.
Para bancar o programa até dezembro, já se elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) temporariamente. A ideia de pegar recursos da tributação de lucros e dividendos de empresas na reforma do Imposto de Renda parece cada vez mais distante, já que o Senado ainda não aprovou o texto enviado pelo Executivo e que passou pela Câmara.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta quinta-feira (21), o relator da reforma no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA) disse que pretende descartar a taxação de lucros e dividendos.