O Rio Grande do Sul registrou mais contratações do que demissões pelo sétimo mês consecutivo. Em julho, o Estado abriu 14,7 mil vagas de emprego com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência nesta quinta-feira (26).
O número é o resultado entre 106.501 admissões e 91.751 demissões no mês. O desempenho é ligeiramente melhor do que o registrado em junho, quando o Estado teve saldo positivo de 11.229 postos, segundo dados ajustados nesta quinta-feira. Já em julho do ano passado, em meio às tentativas de retomada após os efeitos mais graves do avanço da pandemia de coronavírus no país, o Estado abriu 1.291 vagas.
No acumulado do ano, o RS registra a geração de 107.563 vagas de emprego formal. Já no período de 12 meses, entre agosto do ano passado e julho de 2021, o saldo positivo está em 183.264.
Considerando-se os dados por setores, serviços lidera pelo terceiro mês seguindo: o segmento abriu 5.782 postos em julho. Na sequência, figuram indústria (4.039) e comércio (3.067). Todos os cinco setores pesquisados no levantamento ficaram no azul em julho no Estado.
O economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank, afirma que o segmento de alojamento e alimentação é um dos destaques dentro do setor de serviços em julho.
Frank avalia que, mesmo com estoque abaixo do período pré-pandemia, essa atividade demonstra avanço após períodos com desempenho mais tímido. Em julho, alojamento e alimentação criou 1.580 vagas no Estado. O economista atribui o resultado positivo ao aumento na circulação que ocorre na esteira da vacinação e das flexibilizações na abertura de atividades:
— Estamos vendo, não somente aqui no Rio Grande do Sul, mas também em diversas outras localidades do Brasil, uma flexibilização das medidas de distanciamento social. E isso é permitido obviamente porque nós melhoramos o quadro sanitário. Em função dessa melhora temos menos restrições e outra perspectiva para os serviços. Sobretudo esses que foram mais impactados, que dependem mais de interação humana.
Dentro da indústria, Frank cita o bom desempenho do segmento de fabricação de máquinas e equipamentos, que segue aquecido, principalmente no rol de itens para a agropecuária. No comércio, o economista destaca a área de materiais de construção. Segundo o especialista, o maior tempo em casa ajuda a explicar a busca por esse rol de produtos.
País
O desempenho do Estado segue na esteira do movimento observado no país. Em julho, o Brasil abriu 316.580 vagas de emprego formal — foram 1.656.182 contratações e 1.339.602 demissões no período. Serviços, comércio e indústria lideram entre os setores no âmbito nacional, segundo o levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência.
O anúncio dos dados do Caged foi capitaneado pelo recém-criado Ministério do Trabalho e Previdência. O chefe da pasta, Onyx Lorenzoni, afirmou que os números do levantamento refletem o efeito de programas, como o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) e o auxílio emergencial. O ministro também citou a importância da vacinação e dos programas de crédito do governo federal nesse processo.
Seguindo com o tom otimista, Onyx projetou números positivos na geração de emprego até o final do ano em breve comunicado na coletiva de apresentação dos dados:
— Fica aqui a nossa expectativa, nossa esperança de que, até dezembro, possamos estar aqui para comemorar mais de 2,5 milhões de postos de trabalho gerados no nosso país.
O ministro também pediu ao Senado a aprovação da medida provisória que permitiu a redução de jornada e salário ou suspensão de contratos de trabalho durante a pandemia. No Congresso, parlamentares incluíram outras medidas, como mudanças nas regras de contratação de jovens e pessoas com mais de 50 anos.