O Rio Grande do Sul mais contratou do que demitiu pelo quinto mês consecutivo. O Estado abriu 7.458 vagas de emprego com carteira assinada em maio, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados nesta quinta-feira (1°).
O saldo positivo é o efeito de 96.519 contratações e 89.061 demissões no período. O resultado de maio no Estado é maior do que o registrado em abril, quando foram abertos 583 postos. Em maio do ano passado, período afetado pelo avanço da pandemia de coronavírus, o Estado fechou 35.376 vagas no emprego formal. No acumulado deste ano, o Rio Grande do Sul tem saldo positivo de 82.134 postos. Nos últimos 12 meses, esse indicador está em + 152.441. Olhando a variação no mês a mês neste ano no Estado, o saldo positivo teve picos em janeiro e fevereiro, retração em março e abril e nova retomada em maio (veja mais abaixo).
O setor de serviços e o comércio tiveram os melhores resultados na abertura de vagas de emprego no Estado em maio. Juntos, esses dois segmentos são responsáveis por + 7.986 vagas. Já a agricultura teve o pior desempenho no período, com o fechamento de 1.111 postos.
O economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank, afirma que o resultado positivo ocorre na esteira do processo de retomada da economia no Estado. Frank destaca que, mesmo com a queda da atividade econômica em março em razão da pandemia, a recuperação segue no acumulado do ano.
Frank avalia que o movimento ruim na agricultura e menos intenso na indústria é sazonal em razão do fim de ciclo na safra. O especialista destaca o fechamento de 1.074 vagas no segmento de cultivo de maçã e de outras 1.305 no ramo de beneficiamento de arroz, dentro da indústria, como movimentos que ilustram essa sazonalidade.
Em relação ao melhor movimento no comércio varejista, Frank afirma que o bom momento dos hiper e supermercados e do setor de vestuário está entre os ingredientes que ajudam a explicar a boa performance.
— A gente tem visto o quanto as grandes redes têm realizado um movimento de abertura de lojas e isso impacta nas contratações. No setor de vestuário e acessórios, entendo que já é um reflexo do frio, que acaba ajudando muitos lojistas a vender mais e puxar para cima o número de contratações — explica Frank.
O desempenho dos municípios em maio reforça a avaliação do economista-chefe. Porto Alegre, que tem os serviços e o comércio entre os carros-chefes da economia, lidera com saldo positivo de 1.983 carteiras assinadas. Na outra ponta, Vacaria fechou 928 vagas. O município da Serra é referência na produção de maçã, que enfrenta o fim da colheita por volta de abril, o que impacta em desligamentos.
Frank afirma que a retomada da economia e, consequentemente, da geração de emprego com mais fôlego nos próximos meses está diretamente ligada ao avanço no combate à crise sanitária.
— Isso acontecendo, entendo que o setor que tende a ser mais beneficiado é o de serviços. Aqueles nichos que foram mais prejudicados desde o início da pandemia e sofreram mais com o distanciamento social, como a parte de alojamentos, alimentação — destaca o economista.
Brasil
O resultado positivo no Estado acompanha o desempenho nacional. Após a criação de 116.423 vagas em abril, o mercado de trabalho formal brasileiro registrou saldo positivo de 280.666 carteiras assinadas em maio. O montante é o resultado entre 1,548 milhão de admissões e 1,268 milhão de demissões no mês. Em maio do ano passado, o país fechou 373.888 vagas.
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2021, o saldo é positivo em 1,233 milhão de vagas.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o resultado é uma "excelente notícia". O comandante da pasta destacou o fato de todos os Estados registrarem saldo positivo no período e o protagonismo do setor de serviço nos números:
— Importante também registrar que todas as regiões, todos os setores e todos os Estados registraram a criação de novos empregos. Ou seja, é um processo bastante abrangente. É a economia brasileira se levantando. E o mais importante: setores que estavam muito fragilizados, como serviços, (estão) sendo destaques deste mês (de maio) — pontuou Guedes.