O governador Eduardo Leite divulgou, na manhã desta quinta-feira (17), o resultado de um estudo para o futuro edital de concessão de 1.131 quilômetros de rodovias estaduais por 30 anos. O projeto prevê a duplicação de 73% da malha viária — com pista dupla ou tripla —, 808,6 quilômetros de acostamentos, 831 adequações em acessos, entre outras obras e serviços.
Serão três blocos de concessões, com previsão de aportes de R$ 3,9 bilhões nos primeiros cinco anos. Em 30 anos, os investimentos devem chegar a R$ 10,6 bilhões.
A expectativa é de que o edital seja publicado até o fim de setembro. Já o leilão deve ser realizado até dezembro deste ano.
A partir de sexta-feira (18), o governo receberá sugestões e contribuições da população para aprimorar a futura concessão por meio de consultas públicas. Audiências públicas também serão feitas, ainda sem um cronograma definido.
Hoje, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) opera nove praças de pedágio no Estado. Segundo o estudo divulgado pelo Piratini, 13 novas praças devem ser implementadas, chegando a um total de 22 (veja aqui os locais e as tarifas propostas para cada bloco).
Em coletiva de imprensa, o governador afirmou que a decisão sobre a localização das praças foi tomada com base em critérios de segurança viária e levando em conta o fluxo de cada região. Leite disse ainda que não deixará de ouvir a opinião da população e que tratará a questão com "equilíbrio, sensatez e sensibilidade".
— O governo não será insensível, mas tudo tem impacto. Muitas pessoas aceitam (o pedágio), desde que não esteja perto da sua casa e seja de valor baixo. Praça de pedágio onde não passa ninguém e com valor baixo não sustenta investimento. Não vamos desprezar o barulho de pequenos grupos, mas devemos também ouvir o silêncio da maioria. É impossível um modelo em que todos se sintam absolutamente contemplados — afirmou.
Leite também explicou os motivos para a concessão e mostrou resultados que podem ser alcançados com esse tipo de investimento, além de detalhar impactos econômicos e no índice de acidentes fatais.
— Estamos falando de um investimento bilionário, fundamental para diminuir custos, preservar vidas e modernizar a capacidade do Rio Grande do Sul com logística. O Estado se endividou, não tem capacidade, isso é flagrante. Então, ao invés de subtrair valores de saúde, educação e segurança, colocamos investimento privado — disse.
Segundo o governo do Estado, hoje apenas 12% dos trechos gaúchos são duplicados. Além disso, 88% dos trechos não têm acostamento ou o tem com largura menor do que a estabelecida em norma.
Leite afirmou que a EGR continuará operando as rodovias até a metade do ano que vem, data para a qual está prevista a entrega dos trechos à iniciativa privada. Até lá, haverá uma análise para definir se a empresa será extinta ou se o Estado aproveitará seu corpo técnico para fiscalização e outros projetos.