Após cinco semanas de greve, os servidores dos Correios retornaram ao trabalho nesta quarta-feira (23). Segundo o sindicato que representa a categoria, a adesão no período de paralisação foi de 70%, o que afetou principalmente a distribuição de cartas e encomendas.
Para colocar as entregas em dia, mutirões serão realizados, inclusive aos fins de semana e em feriados, de acordo com a empresa.
"Com o retorno dos trabalhadores que estavam paralisados e a compensação das horas não trabalhadas, medida determinada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), a empresa pretende ampliar a capacidade operacional e normalizar o mais rápido possível o fluxo de entregas de cartas e encomendas em todo país", informaram os Correios, em nota.
A greve foi iniciada em 17 de agosto em protesto contra o reajuste proposto aos trabalhadores. No acordo coletivo, aprovado pelo TST na última segunda-feira (21), ficou definido dissídio de 2,6%.
Com a informação do fim da paralisação, o escritor Leonardo Cataldo, 64 anos, foi à agência de Esteio enviar duas encomendas para o Sudeste do país.
— Vendi pela internet, para uma menina do Espírito Santo. Agora é mandar o comprovante para a cliente e aguardar — explicou o autor.
Assim como Esteio, a agência de Sapucaia do Sul teve movimento tranquilo nesta quarta-feira. Uma das mais movimentadas, próximo das 10h, era a do centro de Canoas, com uma pequena fila na rua e cerca de cinco pessoas no interior da unidade.
— Vou mandar roupas para Porto Alegre — afirmou Daiane Marques, 35 anos, dona de uma loja de vestuário. A empresária foi interrompida por Luciane Araújo, 36 anos:
— Manda por motoboy. Vou te dar um contato bom — sugeriu, trocando telefones em seguida.
Nos locais visitados, foram vistos tubos de álcool em gel no acesso, e clientes protegidos por máscara facial. Além disso, havia interdição da porta giratória, para evitar o contato entre as pessoas e a estrutura.
Os Correios não têm estimativa de quantos dias serão necessários para regularizar as entregas, ou quantos pacotes estão represados devido à interrupção causada pela paralisação.