O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Saggioro Glanzmann, avaliou nesta segunda-feira (24) que 2020 será um "ano perdido" para o setor aéreo brasileiro, um dos mais impactados pela paralisação das economias na tentativa de conter o avanço do coronavírus. Segundo Glanzmann, no entanto, os números começam a ficar mais animadores depois de quase seis meses de retração.
— O setor sofreu muito com a crise da pandemia, o voo é necessariamente em ambiente confinado. Estamos passando pela maior crise da história da aviação civil mundial. Temos trabalhado bastante, desde meados de março, para retomar. Chegamos a ter reduções de 93% do tráfego no mercado doméstico nacional — afirmou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Contudo, apesar da retomada já iniciada, o secretário afirma que o cenário "ainda é muito baixo".
— A gente só vai retornar os patamares de 2019 em 2021. A gente vai ter um ano perdido, que é o ano de 2020.
A expectativa é de que o setor chegue em dezembro com 70% a 75% do tráfego normal. Para o próximo ano, a partir de fevereiro, a estimativa aumenta, mas segundo Glanzmann , "o passageiro precisa entender que os aeroportos já estão preparados", para que retomem a confiança de voar.
Conforme o secretário, o consumidor poderá sentir diferença no bolso nos próximos meses:
— Temos visto uma redução drástica nos preços, na tentativa de trazer o passageiro de volta a voar. Na medida que a demanda diminui, a oferta encolhe. Quando a oferta se expande, tem retomada de novas linhas. No médio e longo prazo, não teremos grandes impactos no preço. A tendência no curto prazo é de redução, na tentativa de atrair os passageiros a voar novamente.