Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quinta-feira (7), o ex-secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul Aod Cunha falou sobre os impactos provocados pela crise do coronavírus no país. Durante a conversa, ele atentou para a necessidade de planos estratégicos para pequenas e médias empresas durante a pandemia, além de reforçar o entendimento de que os fundos concedidos pelo governo são temporários e deverão, de alguma maneira, ser pagos mais para frente.
— O governo começou a fazer gastos para ajudar as pessoas com mais dificuldade. Hoje, acho necessário. Mas tenho preocupação, pois é preciso que essa política fiscal seja focada na crise. A gente tem que saber que essa conta terá que ser paga, seja por imposto ou outras vias — explica.
Segundo Cunha, a crise do coronavírus "não é uma crise qualquer". O choque provocado nos dois lados, tanto na oferta quanto na demanda, amplia a dimensão do impacto. Ele afirma que, justamente por esse motivo, pequenas e médias empresas são mais afetadas em comparação às maiores, que se encontram em uma situação mais confortável de caixa.
Nesse contexto, o ex-secretário reforçou a necessidade de planejamento de estratégias por parte dessas pequenas empresas, para que possam "navegar diante da crise". Como exemplo, a dedicação de tempo para construção de planos que contribuam para superar esse momento e o que é possível aprender com tudo isso.
— É preciso reforçar a capacidade de resiliência da gestão de caixa dessas empresas, gastando energia para avaliações estratégicas e, claro, aproveitar oportunidades que surgem diante da crise.