O governo federal divulgou, na tarde desta sexta-feira (20), nova projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. De acordo com o Ministério da Economia, a economia deve crescer 0,02% — projeção anterior, de 9 de março, era de 2,10% de crescimento. A revisão ocorre devido à queda da atividade econômica do país, provocada principalmente por medidas restritivas adotadas em diversos Estados para tentar conter o avanço do coronavírus.
A equipe econômica também refez projeções para o dólar (de R$ 4,20 para R$ 4,35), para o petróleo (de US$ 52,70 para US$ 41,87), para a taxa Selic (de 4,15% para 3,65%) e da inflação (de 3,12% para 3,05%).
O secretário de política econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou, durante coletiva de imprensa, que o coronavírus provocou choque inesperado da economia mundial, um choque “transitório”, que também atingiu o Brasil.
— Os efeitos da crise originada pela covid se espalharam de maneira muito rápida por todo mundo e a crise brasileira não é nada diferente das crises que estão enfrentando outros países. As medidas estão sendo tomadas e tivemos que reestimar as projeções de crescimento econômico. O momento inspira muito cuidado, existe uma série de fatores de difícil previsão. Quanto tempo vai durar a crise? Qual a magnitude da crise em outros países? Tudo isso afeta as projeções — disse o secretário.
Integrantes do governo federal avaliam que o “grande pilar macroeconômico da política brasileira” está mantido, que é o teto de gastos. O teto, de acordo com a equipe do ministro Paulo Guedes, vai ajudar o Brasil a retomar o crescimento econômico no segundo semestre. A projeção de 0,02% do PIB conta com o bom desempenho da atividade econômica a partir de julho, com o arrefecimento da crise provocada pelo novo vírus.
No primeiro bimestre, houve frustração de R$ 32 bilhões na arrecadação, se comparado com o que foi previsto na Lei Orçamentária do governo. Também houve aumento da despesas em R$ 6 bilhões. Se o decreto de calamidade não estivesse vigente, o governo federal estaria obrigado a contingenciar cerca de R$ 37 bilhões.