Em 12 Estados brasileiros, a renda média per capita ficou abaixo do salário mínimo em 2019, de acordo com dados divulgados nesta sexta (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com maior concentração de servidores públicos, o Distrito Federal tem rendimento 1,8 vezes maior que a média nacional.
Os dados, que são usados para balizar a distribuição dos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) — Estados com uma renda per capita inferior à renda per capita brasileira possuem um fator maior, o que resulta em maior cota do FPE para os estados mais pobres. Os números reforçam a concentração de renda entre os Estados brasileiros. Todos os que têm rendimento médio mensal abaixo do salário mínimo, por exemplo, estão nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo o IBGE, a renda média per capita no Brasil em 2019 foi de R$ 1.439. Com uma proporção maior da população empregada no serviço público, que paga salários melhores, os moradores do Distrito Federal recebem, em média, quase o dobro da média nacional: R$ 2.686.
Em dezembro, segundo outra pesquisa do IBGE, o salário médio do servidor público com carteira (R$ 3.901) era 1,8 vezes superior ao do empregado com carteira no setor privado (R$ 2.203). No Distrito Federal, o valor médio pago aos servidores com carteira foi ainda maior: R$ 8.620. A renda média no Distrito Federal é mais de quatro vezes superior aos R$ 636 registrados no Maranhão, que tem o menor valor do país — o equivalente a 63% do salário mínimo vigente em 2019, de R$ 998.
Além do Maranhão, outros 11 estados tiveram rendimento médio per capita abaixo do salário mínimo — por ordem decrescente de valor: Sergipe, Ceará, Paraíba, Bahia, Acre, Amapá, Amazonas, Piauí, Pará e Alagoas. Em 2014, ano oficial de início da recessão, eram nove: Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Acre, Pará, Ceará, Alagoas e o Maranhão, ainda na lanterna.
A diferença do Distrito Federal para a média nacional era maior, de 1,9 vezes. O IBGE não deflaciona os dados desta pesquisa e, por isso, não é possível comparar a evolução dos rendimentos ao longo dos anos.
Segundo o instituto, os rendimentos domiciliares consideram a soma dos rendimentos recebidos do trabalho ou de outras fontes por cada morador no mês da entrevista.