O presidente Jair Bolsonaro defendeu, nesta quinta-feira (16), a venda direta de etanol para postos de gasolina e afirmou que o governo prevê uma redução de ao menos R$ 0,20 por litro com a adoção da medida.
— Se Deus quiser, a gente vai romper essa barreira e a nossa previsão é que o preço caia pelo menos R$ 0,20 o litro do etanol, porque evita o que a gente chama de passeio do álcool —afirmou o presidente, durante sua live semanal veiculada nas redes sociais.
Bolsonaro recebeu nesta tarde no Palácio do Planalto representantes de produtores de etanol do Nordeste que defendem a venda direta.
Hoje, devido a uma norma da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o álcool combustível só pode ser vendido pelos produtores às distribuidoras, que por sua vez comercializam com os postos. Um projeto de lei que está na Câmara dos Deputados suspende essa obrigatoriedade. A matéria já foi aprovada pelos senadores.
Bolsonaro disse nesta quinta que conversou com o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o tema.
— Isso depende da Câmara e do Senado, porque é para revogar uma resolução da ANP. Não pode vender lá da usina para o posto de combustível. Por que isso? Tem que ter um intermediário no meio do caminho, um distribuidor. Nós estamos trabalhando nesse sentido — declarou o mandatário.
A proposta, no entanto, não é unanimidade no setor.
Enquanto os médios e pequenos produtores, em especial no Nordeste, querem a liberação, as grandes empresas do ramo, distribuidores e revendedores de centro-sul do país são contrários.
O argumento dos que tentam barrar a medida é que pulverizar a distribuição de etanol vai dificultar a fiscalização, o que pode levar a uma piora na qualidade do produto e a uma elevação da sonegação de impostos.
Bolsonaro disse ainda que a venda direta de etanol deve trazer outros benefícios, como menos caminhões nas estradas. Ele defendeu que ação semelhante seja adotada em relação ao óleo diesel importado, também com o objetivo de reduzir os custos para o consumidor.