Os municípios do Rio Grande do Sul perderam espaço na relação das cem maiores economias do Brasil. Em 2017, contribuíram com R$ 126,93 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) do grupo, em valor nominal, retração de 4,4% frente aos R$ 132,72 bilhões de 2016. Com isso, caiu de 3,8% para 3,5% o peso gaúcho no ranking nacional. A queda ocorre pela saída de Rio Grande da relação, que passou a contar somente com Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas e Gravataí como representantes do Estado. Esse é um dos destaques do PIB dos municípios gaúchos de 2017, divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
- A saída de Rio Grande (que passou da 95ª para 107ª posição) ocorreu pela diminuição na demanda por plataformas de petróleo e as mudanças significativas que aconteceram no polo naval – indica Vinícius Dias Fantinel, pesquisador do DEE.
Dona de PIB de R$ 73,86 bilhões em valor nominal, o maior do Estado, Porto Alegre manteve a sétima colocação entre as principais economias nacionais. Na frente da Capital gaúcha estão São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Osasco (SP). Caxias do Sul, com PIB de R$ 21,72 bilhões, ganhou sete posições e atingiu o 40º lugar. Canoas, com R$ 18,95 bilhões, perdeu sete postos e terminou na 47ª posição. Já Gravataí, totalizando R$ 12,40 bilhões avançou 12 degraus no ranking e ficou no 79º lugar.
Triunfo tem maior PIB per capita do Estado
Ao todo, os dez principais PIBs do Rio Grande do Sul concentram 42,3% da atividade econômica do Rio Grande do Sul. Por outro lado, municípios pequenos dominam a relação do PIB per capita. Neste quesito, Triunfo, puxado pelo polo petroquímico, lidera com renda de R$ 311,2 mil, oito vezes acima da média do Estado (R$ 37,3 mil). De acordo com o IBGE, é o segundo maior nível do Brasil, perdendo apenas para Paulínia, em São Paulo (R$ 344,8 mil).
Na sequência, no Estado, aparecem Pinhal da Serra (R$ 157,2 mil) e Aratiba (R$ 133,8 mil). Do lado oposto, os menores PIBs per capita gaúchos estão em São José do Norte (R$ 12,4 mil), Alvorada (R$ 12,5 mil) e Caraá (R$ 12,8 mil).
No ranking das 10 maiores economias gaúchas não houve mudanças de municípios em 2017, apenas trocas de posições em comparação ao ano anterior. Caxias do Sul, que havia perdido a segunda colocação para Canoas, retomou o posto. Além disso, Triunfo avançou quatro posições, enquanto Passo Fundo e Santa Cruz do Sul perderam espaço.
- Canoas teve queda na atividade de refino de petróleo, enquanto Caxias teve crescimento na fabricação de implementos rodoviários e isso motivou a troca de posições. No caso de Triunfo, o incremento na produção de materiais plásticos e resinas no polo petroquímico pesaram no avanço - salienta Fantinel.
Em 2017, 371 municípios tiveram o setor de serviços como principal fonte de geração de riqueza, 97 a agropecuária e 29 a indústria. Na agropecuária, Cachoeira do Sul é a dona do maior Valor Adicionado Bruto (VAB, que representa o resultado final da atividade produtiva dentro de um período determinado), com 1,5% do total. Na indústria, a líder é Canoas, respondendo por 8,3%. Nos serviços, Porto Alegre detém o primeiro lugar, com 23,1% de participação.
PIB por município gaúcho em 2017 (em valores nominais)
- Porto Alegre (R$ 73,86 bilhões)
- Caxias do Sul (R$ 21,72 bilhões)
- Canoas (R$ 18,95 bilhões)
- Gravataí (R$ 12,41 bilhões)
- Rio Grande (R$ 9,22 bilhões)
- Triunfo (R$ 8,80 bilhões)
- Novo Hamburgo (R$ 8,74 bilhões)
- Passo Fundo (R$ 8,58 bilhões)
- Pelotas (R$ 8,57 bilhões)
- Santa Cruz do Sul (R$ 8,24 bilhões)
Municípios gaúchos com maior PIB per capita (em valores nominais)
- Triunfo (R$ 311,2 mil)
- Pinhal da Serra (R$ 157,2 mil)
- Aratiba (R$ 133,8 mil)
- Muitos Capões (R$ 119,3 mil)
- Pinhal Grande (R$ 108 mil)
- Roque Gonzales (R$ 106,6 mil)
- Tupandi (R$ 93 mil)
- Boa Vista do Cadeado (R$ 86,1 mil)
- Horizontina (R$ 82 mil)
- Capão Bonito do Sul (R$ 81,5 mil)
Municípios brasileiros entre os 100 maiores PIBs (em valores nominais)
- 1) São Paulo (R$ 699,29 bilhões)
- 2) Rio de Janeiro (R$ 337,59 bilhões)
- 3) Brasília (R$ 244,68 bilhões)
- 4) Belo Horizonte (R$ 88,95 bilhões)
- 5) Curitiba (R$ 84,70 bilhões)
- 6) Osasco (R$ 77,91 bilhões)
- 7) Porto Alegre (R$ 73,86 bilhões)
- 40) Caxias do Sul (R$ 21,72 bilhões)
- 47) Canoas (R$ 18,95 bilhões)
- 79) Gravataí (R$ 12,41 bilhões)
Fontes: IBGE e DEE/Seplag