Os ministros da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e da Argentina, Nicolás Dujovne, se reuniram nesta sexta-feira (26) no Rio de Janeiro para discutir questões bilaterais e, assim, abrir caminho para o fechamento de um acordo do Mercosul com a União Europeia. Depois da reunião, Guedes disse esperar que os dois blocos econômicos possam chegar a um acordo até o final de 2019.
— Temos uma agenda comum de negociações bilaterais. Esperamos que nos próximos 30 dias, nós cheguemos a um acordo nessas questões bilaterais. Isso facilita muito nossas negociações conjuntas com a União Europeia — disse o ministro brasileiro.
— Isso vai nos permitir fechar um acordo com os europeus que estamos atrasados há décadas — completou.
Entre as questões negociadas, dentro do Mercosul, estão a ampliação da cobertura e redução de valor da tarifa externa comum (TEC).
— A tarifa não pode ser um muro protecionista para isolar o Mercosul da economia mundial. Precisa ser um veículo de integração — disse o secretário de Comércio Exterior brasileiro, Marcos Troyjo.
Além do entendimento em questões comerciais, os dois países também buscam parcerias na área de infraestrutura, segundo Guedes. O ministro disse ainda que o Brasil está disposto a apoiar todos os esforços argentinos para estabilizar a economia do país vizinho.
— O ministro Nicolás (Dujovne) e o presidente (da Argentina) Macri têm todo o nosso apoio — disse Guedes.
Petrobras
Antes da reunião com Dujovne, o ministro brasileiro disse que o governo não pensa em privatizar a Petrobras:
— Não tem privatização agora da Petrobras. Não foi isto o que o presidente falou. Ele falou que pela primeira vez está considerando — explicou.
Segundo o ministro, o governo quer quebrar o que ele chama de monopólio duplo, no refino, na produção de gás e nas distribuidoras estatais.
— A Petrobras é uma grande empresa brasileira. Ela foi ocupada por gente que distorceu as suas funções naturais. O que nós vamos fazer é devolver a Petrobras a sua atividade cor, que é justamente a exploração do petróleo. O resto, inclusive os monopólios, nós queremos tirar — afirmou.
Guedes disse que vem conversando com governadores para o que chama de choque de energia barata. Este choque tem um prazo máximo de 60 dias para ser implementado, através de medidas normativas. Além disso, o ministro revelou que os governadores de Rio de Janeiro e Espírito Santo já aderiram à ideia e que, no momento, mantém conversas com os governadores de Minas Gerais e São Paulo.
— A ideia de você levar o gás para as famílias brasileira, pela metade do preço e você reindustrializar o gás em cima da energia barata é algo extremamente atraente para todos nós — declarou o ministro.