A General Motors anunciou, nesta segunda-feira (26), que cortará 15% da sua força de trabalho na América do Norte. De acordo com a empresa, a medida é parte de uma "grande reestruturação" para se adaptar às "mudanças nas condições de mercado". A montadora espera economizar US$ 6 bilhões com os cortes.
O plano inclui fechar três fábricas de montagem nos EUA e no Canadá em 2019, além da interrupção de atividades em outras plantas de produção, ainda não especificadas pela montadora. O objetivo é priorizar investimentos futuros em carros elétricos.
O presidente norte-americano Donald Trump criticou a medida. Antes de embarcar para uma agenda no Misssissippi, Trump disse que os Estados Unidos fizeram "muito" pela GM, e que a empresa deveria parar de fabricar carros na China.
— Vocês sabem, os Estados Unidos salvaram a General Motors e não é bom que (a diretora executiva Mary Barra) ela tire esta companhia de Ohio — afirmou.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, se mostrou "profundamente decepcionado" com a decisão do grupo.
— Os trabalhadores da GM têm sido parte do coração e da alma de Oshawa (cidade que sedia uma das montadoras) por gerações e faremos o que for possível para ajudar as famílias afetadas por esta notícia para que voltem a se erguer — declarou Trudeau.
Nos próximos dias, a presidente executiva da companhia, Mary Barra, irá se reunir com o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, para explicar melhor o plano de reestruturação.
Mudança de foco para ser "mais eficiente"
A GM está mudando seu foco para veículos elétricos e híbridos, assim como veículos utilitários esportivos e caminhões em vez de sedãs.
As ações da GM subiram mais de 6% em Wall Street após o anúncio e fecharam em alta de 4,8%. As reestruturação segue um movimento similar ao adotado pela Ford para reduzir o número de modelos que fabrica. No Canadá, trabalhadores protestaram em frente à fábrica de Oshawa.
A presidente-executiva da companhia, Mary Barra, disse que a empresa deseja ser mais eficiente em seu negócio principal de engenharia e construção de carros, enquanto investirá mais dinheiro em inovações em potencial, como carros elétricos e autônomos.
— As ações que estamos adotando hoje prosseguem com nossa transformação para uma empresa mais ágil, resiliente e rentável, ao tempo que nos dá mais flexibilidade para futuros investimentos. Não vemos nada específico no horizonte. Isso é para garantir que a GM seja ágil para chegar à frente e liderar em veículos autônomos e elétricos — disse Barra a jornalistas nesta segunda-feira.