O setor de aves e suínos já sente o reflexo dos dois primeiros dias de manifestações dos caminhoneiros e, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), há, inclusive, relatos de unidades produtoras com turnos de abate suspensos por causa da falta de transportadores de cargas. Os motoristas protestam contra o reajuste do óleo diesel.
Em nota, a entidade informou que existem bloqueios nas estradas impedindo o transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas destinadas tanto ao abastecimento do mercado interno quanto às exportações. Caso o quadro se estenda, a ABPA alerta para os riscos de prejuízo ao consumidor final, assim como danos aos contratos de exportação e significativos aumentos de custos com reprogramação de embarque de cargas.
"Os prejuízos para o setor produtivo e para o País são incalculáveis", enfatiza a entidade na nota sobre a eventual extensão das interdições.
Representante de mais de 140 agroindústrias e entidades vinculadas à avicultura e à suinocultura, a ABPA estabeleceu um comitê de crise para o levantamento de informações sobre os problemas causados pelo movimento nas estradas, com o objetivo de minimizar os danos ao setor.
"A ABPA apoia as motivações da paralisação, mas entende que o movimento deve preservar o fluxo dos alimentos e dos insumos para a produção. É de conhecimento nacional a crise enfrentada pela cadeia produtiva de proteína animal e impedir a continuidade da produção poderá gerar consequências graves", reforça a nota.