O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou na noite desta terça-feira, 8, que a instituição trabalha para garantir o bom funcionamento dos mercados e para não deixar que ocorram exageros ou excessos, em meio à recente disparada do dólar. Em entrevista ao vivo à GloboNews, Ilan ressaltou que o fortalecimento da moeda americana ante o real está relacionado à normalização das condições monetárias nos Estados Unidos e não à economia brasileira.
"O que está acontecendo no mundo é que o dólar está ficando forte, é a normalização das condições monetárias nos Estados Unidos. O dólar fica forte, todas as outras moedas ficam mais fracas. Não é uma questão de Brasil, Colômbia, México ou Argentina. É uma questão do dólar ficar forte. Então, nesse caso, o que temos de fazer é garantir o bom funcionamento dos mercados. Que a mudança de preço ocorra de uma forma normal. E para isso vamos sempre estar olhando, monitorando, intervindo quando for necessário, e não deixar nenhum exagero, nenhum excesso, tudo funcionamento como deveria ser no regime de câmbio flutuante", disse.
A entrevista à GloboNews ocorreu na noite do último dia antes do início do chamado período de silêncio dos dirigentes da instituição, que sempre começa na quarta-feira da semana anterior ao início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e vai até o dia da publicação da ata do encontro. Nesse intervalo, os dirigentes do BC evitam dar entrevistas à imprensa ou falar em público sobre temas relacionados à política monetária. O anúncio da decisão de política monetária está marcado para a quarta-feira, 16.
Na última pergunta da entrevista, quando um dos jornalistas pediu a Ilan que, antes da reunião do Copom, deixasse uma mensagem final aos telespectadores sobre a recente turbulência dos mercados financeiros, ele respondeu: "A mensagem é que essas questões que ocorrem no mundo, mas que não são problema do Brasil. O Brasil recebe isso como qualquer outro país do mundo. A subida do dólar é uma subida normal, uma subida normal em relação ao resto do mundo e não é questão do Brasil."