Apesar da tensão em torno da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi o clima belicoso entre Washington e Pequim que mais afetou o mercado financeiro nesta sexta-feira no Brasil. O Ibovespa, principal referência da bolsa paulista, caiu 0,45%, amenizando as perdas no final do pregão, enquanto o dólar comercial fechou em alta de 0,78%, a R$ 3,36, maior cotação em quase um ano. Ao longo do dia, a retração na bolsa chegou a superar 1,5%.
Nos Estados Unidos, as quedas nos índices mais importantes, Dow Jones e S&P 500 e Nasdaq, foram mais expressivas, acima de 2%. A Europa também teve um dia negativo, mas com retração menor no mercado de ações.
O principal motivo de preocupação é o acirramento na da disputa entre Estados Unidos e China, com o risco de que acabe em guerra comercial. O presidente norte-americano, Donald Trump, disse na noite de quinta-feira que a Casa Branca poderia colocar novas barreiras a produtos chineses que poderiam chegar a US$ 100 bilhões. Como resposta, Pequim avisou que voltará a retaliar.
Outro indicador monitorado foi a criação de postos de trabalho nos Estados Unidos. Apesar de o número de novas vagas abertas em março ter ficado muito aquém do esperado, Jerome Powell, presidente do FED, o banco central americano, avaliou que a economia segue forte, o pais se aproxima do pleno emprego e há sinais de aquecimento da inflação. Assim, a tendência é manter a política de aumento gradual do juro, o que prejudica o investimento em ações.