A piora do mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) pelo terceiro ano consecutivo levou a um novo aumento no número de empregados domésticos em 2017. Composto majoritariamente por mulheres (96,2% do total), este contingente representou 12,9% da ocupação feminina, ante 11,6% em 2016. O resultado, conclui o informe especial da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), consolida a reversão do declínio nos números da profissão, observada por sete anos, até 2014.
O número de trabalhadores domésticos na Região Metropolitana foi estimado 94 mil, aumento de 4,4%, ou 4 mil pessoas a mais ante o ano anterior. Quando são observadas na PED todas as profissões, o nível de ocupação feminina nos municípios pesquisados recuou 6,2%, o equivalente a 48 mil a menos. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira.
O levantamento mostrou ainda que, apesar de o emprego doméstico continuar como importante alternativa na Região Metropolitana para mulheres maduras e com baixa escolaridade, cresceu a participação de trabalhadoras mais jovens e escolarizadas. O peso das trabalhadoras domésticas com idade a partir de 40 anos caiu de 75,3% para 74,9% em 2017. Em relação à instrução, o percentual de pessoas que não concluíram o ensino fundamental baixou de 45,3% em 2016 para 43,2%. Enquanto isso, a participação das que terminaram o fundamental subiu de 30% para 31,2% e, as com ensino médio finalizado, de 23,3% para 24%.
Os trabalhadores domésticos são contratados como mensalistas com ou sem carteira assinada, ou como diaristas. O contingente com vínculo formal caiu de 50% para 49,4%. As sem carteira, de 15,7% para 12,5%. As diaristas passaram a representar 38,1% dos ocupados nos serviços domésticos, ante 34,3% um ano antes, alcançando o maior índice da série histórica da PED, iniciada em 1993.
A jornada semanal média de trabalho das três categorias foi de 35 horas, uma hora a menos do que em 2016. O rendimento médio real por hora de trabalho subiu 2,2%. No caso das diaristas, o aumento foi maior, de 6,8%.
A PED é resultado de um convênio entre Fundação de Economia e Estatística (FEE), Fundação Gaúcha do Trabalho e Assistência Social (Fgtas), Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), com apoio do Ministério do Trabalho.