O presidente Michel Temer (MDB) disse, em entrevista ao apresentador Ratinho, no SBT, que espera aprovar a reforma da Previdência "em fevereiro, março". Na sequência das participações em programas populares para angariar apoio às mudanças no sistema de aposentadorias do país, foi a primeira vez que o presidente citou o mês de março dentro do prazo para votar a emenda da Previdência na Câmara. Mesmo assim, ele reforçou que o ideal é aprovar a proposta no mês que vem.
– Não podemos passar do mês de fevereiro. Temos que aprová-la em fevereiro, março. Nós estamos contando votos, evidentemente, mas os votos estão crescendo e nós vamos aprová-la, se Deus quiser, em fevereiro – afirmou o presidente na participação gravada no último dia 18 e exibida na noite desta segunda-feira (29).
Temer disse que a demora em aprovar a reforma prejudica a economia do país. O presidente afirmou que a aprovação do texto deve, ainda, mexer na nota de crédito do Brasil, recentemente rebaixada pela agência S&P Global.
– Se aprovar a reforma, muda completamente. Aprovando a reforma, nós vamos melhorar a economia – ressaltou.
Apoio
Assim como falou ao apresentador Silvio Santos, em entrevista exibida na noite de domingo (28), Temer afirmou que o apoio popular à reforma da Previdência precisa aumentar para que o governo atinja os 308 votos necessários para a votação proposta na Câmara.
O presidente chegou a pedir para que os espectadores mandassem cartas aos parlamentares.
– Mandem carta para deputado, senador, mostrando que é fundamental até para aposentadoria deles próprios, de quem mandar a carta. Se o povo estiver de acordo, ele (o parlamentar) se sente confortável para votar – disse Temer, destacando que o parlamentar vai "ressoar" e "ecoar" a vontade popular.
Respondendo a perguntas gravadas por pessoas na rua, Temer negou que quem já esteja aposentado ou próximo de se aposentar vai ficar sem o benefício. Também ressaltou que os privilégios vão acabar e o sistema ficará equilibrado entre os setores público e privado, com a efetivação das mudanças.
– Nenhum privilégio. Vai ter igualdade – declarou o presidente.
Ações
Sobre os grandes devedores da Previdência, Temer garantiu que a Advocacia-Geral da União está movendo ações contra todos eles. Ele rebateu a crítica de que a simples cobrança das dívidas resolve o déficit do sistema.
– Se não fizer (a reforma) agora, daqui dois, três anos, no máximo, vamos ter que fazer uma reforma radical que vai prejudicar os aposentados – sustentou.
Candidato
Questionado se será candidato à reeleição no pleito de outubro, Temer não respondeu nem rejeitou a ideia.
– Isso é no momento oportuno. Eu penso em passar para a história como alguém que conseguiu recuperar o país – disse o emedebista, depois de brincar que iria lançar o apresentador Ratinho como candidato.