A gestão pública teve avanços, nos últimos, em todo o país. Exemplo disso são as leis de Responsabilidade Fiscal e das Licitações. As esferas federal, estadual e municipal contam com ferramentas que limitam gastos com pessoal e dão a possibilidade de planejar investimentos. Além disso, também há mecanismos de se regulamentar a compra, a execução de obras e serviços de interesse da sociedade.
Mas ainda há muita ineficiência na prestação de serviços públicos e queixa da população que paga uma elevada carga tributária e que, em contrapartida, recebe por serviços pouco satisfatórios. O tema foi abordado no Santa Maria de Negócios deste domingo (14).
GaúchaZH conversou com Lissandro Dalla Nora, professor do curso de Administração do Centro Universitário Franciscano e especialista em Gestão Pública, que apontou que o desafio está em superar o patrimonialismo existente dentro da estrutura pública do Brasil.
— Estamos ainda atrelados a esse modelo defasado que é o do patrimonialismo. A gestão pública precisa construir um novo caminho e, assim, caminhar para uma nova forma de entregarmos serviços eficientes à população. É preciso colocar em prática um modelo gerencial que não fique amarrado à burocracia e às trocas de favores que permeiam essas relações — avalia o professor.
Um exemplo dessa situação, conforme Dalla Nora, é o fato de muitos governantes considerarem o Estado como seu patrimônio. O que, invariavelmente, deriva em uma total confusão entre o que é público e o que é privado, explica.
O que falta no sistema de gestão pública é efetivar uma modernização nos procedimentos de engrenagem da máquina pública, sintetiza o especialista. Para isso, é necessária uma gestão profissionalizada com práticas que assegurem a observação a princípios básicos e essenciais como: o cumprimento das normas constitucionais de isonomia, moralidade e respeito ao que é público.
Confira, abaixo, a íntegra do Santa Maria de Negócios: