A reforma no sistema de impostos dos Estados Unidos foi discutida pelos dirigentes do Federal Reserve na reunião de política monetária da instituição realizada em dezembro. Para eles, existe a possibilidade de que os cortes nos impostos acelerem o ritmo de elevação das taxas de juros em solo americano.
Os dirigentes mostraram incerteza sobre a magnitude dos efeitos dos cortes nos impostos sobre gastos e sobre a mão de obra. Eles expressaram uma crescente confiança na força do mercado de trabalho e na economia americana de forma mais ampla, de acordo com a ata da reunião de dezembro divulgada nesta quarta-feira. Desde a reunião, o Congresso aprovou um projeto de lei de US$ 1,5 trilhão em cortes nos impostos, e o presidente americano, Donald Trump, sancionou a proposta. Alguns dirigentes do Fed afirmaram, ainda, que somente a perspectiva de cortes nos impostos pode já ter impulsionado as despesas com consumo.
"Os participantes discutiram vários riscos que, se concretizados, poderiam exigir um caminho mais acentuado de aumentos" na taxa dos Fed funds, de acordo com o documento. "Esses riscos incluíram a possibilidade de que as pressões da inflação pudessem se construir indevidamente, talvez devido ao estímulo fiscal ou às condições acomodatícias do mercado financeiro", revelou a ata.
Depois de manter a taxa dos juros próximo a zero durante sete anos, o Fed promoveu cinco elevações nos juros desde o fim de 2015, mais recentemente em dezembro, para a faixa entre 1,25% e 1,50%. Os dirigentes também sinalizaram três elevações nas taxas neste ano e mais duas em 2019. Para alguns, as projeções para as altas de juros estavam muito baixas devido aos riscos financeiros, enquanto um par de dirigentes se mostrou preocupado com os riscos à estabilidade financeira.
As preocupações com a inflação também foram debatidas entre os dirigentes na reunião de dezembro do Fed. Os dirigentes viram a possibilidade de que a persistente inflação baixa possa diminuir o ritmo de aperto, enquanto alguns viram riscos balanceados e concordaram em monitorar a alta dos preços "de perto". Muitos disseram esperar que a inflação volte a subir, enquanto alguns mostraram preocupação de que os fracos resultados nos índices de preços ao consumidor permaneçam.