A taxa de desemprego na Grande Porto Alegre subiu de 12%, em outubro, para 12,6% em novembro. Foi o segundo aumento mensal seguido. Com isso, a variação alcançou o maior patamar em 2017. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (20), foram captados na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada por Fundação de Economia e Estatística (FEE), FGTAS, Seade e Dieese.
O total de desempregados foi estimado em 234 mil pessoas — acréscimo de 12 mil em novembro, dos quais 9 mil são trabalhadores de Porto Alegre, o que representa 75% do total. Em novembro, a taxa na Capital, de 12,8%, ficou acima dos demais municípios da Região Metropolitana, de 12,5%. Tradicionalmente, ocorria o inverso.
— O resultado (geral) se deveu à redução do contingente de ocupados, uma vez que a força de trabalho se manteve em relativa estabilidade — afirmou Iracema Castelo Branco, economista da FEE.
Os setores que mais sofreram em novembro foram a indústria de transformação, com eliminação de 7 mil postos de trabalho, e a construção civil, menos 4 mil. Mas se a comparação for anual, o segmento mais afetado é o de serviços, com redução de 77 mil vagas.
— Quanto à posição na ocupação, foram atingidos (em novembro) principalmente os trabalhadores com carteira assinada — destacou Iracema.
Rendimento médio real diminuiu
O número de assalariados diminuiu 19 mil, com impacto maior no setor privado (-14 mil). Nesse segmento, houve diminuição do emprego com carteira assinada (-17 mil), enquanto aumentou o contingente dos sem carteira (3 mil). Também subiu a quantidade de trabalhadores autônomos (16 mil) e decresceu o de empregados domésticos (-5 mil) e o daqueles classificados como demais posições (-2 mil).
O rendimento médio real dos ocupados passou de R$ 1.899, em setembro, para R$ 1.869, queda de 1,6%. O impacto maior foi entre os autônomos, cuja renda média recuou de R$ 1.617 para R$ 1.573, redução de 2,7%. Entre os assalariados, a variação foi de R$ 1.860 para R$ 1.863, alta de 0,2%.